Expectativa de acordo para dívida dos EUA mantém mercados em alta

A sinalização de que ampliar teto da dívida é factível deixa os investidores mais dispostos a risco enquanto ponderam as notícias corporativas

Estes são os eventos que orientam os investidores hoje
Por Bianca Ribeiro - Michelly Teixeira
18 de Maio, 2023 | 06:25 AM

Barcelona, Espanha — Os mercados estão mais confiantes na chance de um acordo para evitar o default dos Estados Unidos, após o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, declarar que é “factível” chegar a uma resolução, nesta semana, sobre a ampliação do teto da dívida. As negociações continuam e hoje os operadores avaliam o número de pedidos de auxílio-desemprego e possíveis efeitos para a política monetária do Federal Reserve (Fed).

Os futuros de índices dos Estados Unidos subiam, assim como as bolsas europeias. Entre os índices asiáticos, o fechamento também foi positivo. Entre os destaques, as ações da BT Group chegaram a cair 10% em Londres, após a empresa anunciar um plano de corte massivo de empregos.

As ações da Cisco (CSCO) também perdiam ao redor de 3,5% nas operações prévias à abertura das bolsas norte-americanas. A empresa alertou que os pedidos caíram 23% no trimestre entre fevereiro e abril. Sua previsão, no entanto, é de que as vendas cresçam entre 14% e 16% no trimestre corrente que finaliza em julho.

No mercado de dívida, o prêmio do título norte-americano para 10 anos subia para 3,590% às 6h02 (horário de Brasília). O dólar se apreciava ante outras divisas, enquanto o euro e a libra se depreciavam.

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Em outros mercados, o bitcoin se valorizava pouco e o ouro recuava, assim como os contratos de petróleo WTI.

→ O que move os mercados hoje

✂️ Cortes superlativos. O BT Group Plc, o maior grupo de redes de telecomunicações do Reino Unido e dos maiores do mundo, planeja reduzir sua força de trabalho, incluindo funcionários e prestadores de serviços, em até 42% até o final da década. Os cortes, que virão depois que o BT terminar de instalar as redes de fibra óptica em todo o país, atingirão de 75.000 a 90.000 pessoas até o ano fiscal que se encerra em março de 2030, comparativamente aos 130.000 empregados atualmente.

📦 Caminho da Índia. A Amazon (AMZN) pretende investir US$12,7 bilhões em infraestrutura de nuvem na Índia até 2030, seguindo o exemplo de outras grandes empresas de tecnologia que apostam no crescimento digital do país. Os recursos serão usados em construção, computadores, servidores e infraestrutura de telecomunicações. Entre 2016 e 2022, a empresa investiu US$3,7 bilhões no país.

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📉 Meta menor. A Nomura Holdings cortou sua meta de lucro para as principais divisões de negócios para US$2,1 bilhões até março de 2025. Kentaro Okuda, CEO da corretora japonesa, justificou a decisão citando um cenário macroeconômico em transição e aumento das taxas de juros, e avisou que pretende revisar suas formas de negócios para ampliar a rentabilidade.

Adesão a bloqueios. O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou US$ 22,5 bilhões em novos investimentos de empresas japonesas no Reino Unido, principalmente em energia limpa, e uma parceria na área de semicondutores.

📵 Rede banida. O TikTok foi banido de Montana, EUA, após a assinatura de uma lei local que proíbe as principais plataformas operacionais de oferecer o aplicativo da rede social chinesa no estado, sob pena de multa de até US$10 mil. Com o argumento de proteção de dados pessoais e privacidade, a decisão já está sendo contestada pelo TikTok por violação da liberdade de expressão e representa um teste legal e logístico para uma restrição mais ampla no país.

🚦 Corrida por chips. O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, reuniu-se hoje com os chefes dos maiores fabricantes de chips do mundo para impulsionar seu setor doméstico de semicondutores. Líderes da Intel, TSMC, Micron, Samsung, IBM e Applied Materials avaliam os incentivos para investir no país em um contexto de crescentes tensões entre EUA e China que aumentam as preocupações sobre a dependência de chips provenientes de Taiwan.

🧧 Agenda paralela. Enquanto os líderes do G-7 se reúnem em Hiroshima, no Japão, para discutir o cenário econômico e geopolítico mundial, Xi Jinping lidera em Xi’an um conclave paralelo com países da Ásia Central que dura dois dias e conta com líderes do Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. Além de cooperação comercial e segurança regional, a guerra na Ucrânia estará em pauta.

📺 Streaming com anúncio. A Netflix (NFLX)informou que seu plano de assinatura com anúncios, lançado há seis meses, já possui 5 milhões de usuários mensais ativos. O valor do plano de US$ 7 é a metade da assinatura mais popular da empresa e visa ampliar sua base, que somava 233 milhões de membros pagantes no mundo até o final de março. Mas os usuários mensais não são necessariamente assinantes: algumas pessoas podem estar compartilhando planos.

Os mercados esta manhãdfd

🟢 As bolsas ontem (17/05): Dow Jones Industrials (+1,24%), S&P 500 (+1,19%), Nasdaq Composite (+1,28%), Stoxx 600 (-0,15%), Ibovespa (+1,17%)

Em uma semana de volatilidade, os índices de ações de Nova York fecharam com ganhos acima de 1% diante da avaliação de que um acordo sobre o teto da dívida dos EUA está mais próximo. No Brasil, o Ibovespa subiu com ajuda das ações da Vale.

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Índice de Indicadores Antecedentes/Abr, Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia/Mai, Vendas de Casas Usadas/Abr

• Europa: Reino Unido (Confiança do Consumidor GfK/Mai); Espanha (Balança Comercial)

• Ásia: Japão (IPC/Abr); Hong Kong (Taxa de Desemprego/Abr)

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• América Latina: México (Decisão da Taxa de Juros); Argentina (Balança Comercial/Abr)

• Bancos centrais: Relatório Mensal do BCE, Boletim Trimestral do BoE, Discurso de Huw Pill (BoE)

• Balanços: Walmart, Alibaba, Burberry Groups

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

(Com informações da Bloomberg News)

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Bianca Ribeiro

Bianca Ribeiro

Jornalista especializada em economia e finanças, com passagem por redações e veículos focados em economia, como Valor Econômico, Agência Estado e Folha de S.Paulo.

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.