Ex-CEO do SVB se recusa a devolver salário anual de US$ 10 mi e diz que não errou

Greg Becker diz a senadores que banco entrou em colapso por fatores externos como cobertura negativa nas redes sociais, sem que houvesse erro de gestão

Greg Becker foi o CEO do Sillicon Valley Bank até a quebra do banco por resgates acima do que conseguia honrar (Luke MacGregor/Bloomberg)
Por Allyson Versprille
16 de Maio, 2023 | 06:16 PM

Bloomberg — O ex-CEO do SVB (Sillicon Valley Bank), que recebeu o peso das críticas pela quebra do banco, está se recusando a desistir de qualquer um dos US$ 10 milhões que recebia anualmente.

Greg Becker disse a advogados do Comitê Bancário do Senado americano nesta terça-feira (16) que eventos sem precedentes, aumentos nas taxas de juros e cobertura negativa em redes sociais foram as principais causas do fechamento da empresa em março. E não erros de gestão.

Becker disse que trabalharia com os reguladores para revisar a compensação, mas não prometeria devolver nenhum centavo, apesar de ser repetidamente pressionado a fazê-lo.

“Prometo cooperar com os reguladores enquanto eles fazem uma revisão”, disse Becker em resposta a uma pergunta da senadora Elizabeth Warren, democrata de Massachusetts.

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Becker atraiu a ira de congressistas democratas e republicanos com a revelação de que vendeu US$ 3,6 milhões em ações da empresa sob um plano de negociação menos de duas semanas antes de a empresa divulgar perdas extensas que levaram ao colapso há dois meses.

Na audiência desta terça, ele disse que as vendas de ações foram aprovadas pela equipe jurídica do banco. Ele também defendeu seu salário e disse que não havia “nada de irregular ou acelerado” sobre os bônus que certos funcionários receberam pelo desempenho em 2022, pouco antes de o banco sofrer intervenção de autoridades após uma corrida aos depósitos por parte dos clientes.

Durante a audiência, Scott Shay, que atuou como presidente do Signature Bank, também se recusou a devolver qualquer parte de seu pagamento.

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