:quality(75)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/bloomberglinea/3RKPOBII75AMXLSIHCHDZA374E.jpg "Ações da companhia encerraram com ganhos perto de 1% nesta quarta-feira (10), um dia após o balanço")
Bloomberg — A Minerva (BEEF3) teve que queimar caixa para financiar fornecedores que lutavam com crédito apertado em um movimento que ajudou o frigorífico brasileiro a obter lucro acima do esperado.
Diante do colapso da varejista Americanas (AMER3) em janeiro, bancos encolheram as linhas de crédito no Brasil e aumentaram as taxas, de acordo com o diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle. “Tivemos que substituir os bancos no financiamento de nossa cadeia de suprimentos”, disse ele em entrevista à Bloomberg News.
Com essa estratégia, a empresa destinou R$ 841 milhões para capital de giro no primeiro trimestre, principalmente para financiar pecuaristas e outros fornecedores. Os números de janeiro a março foram divulgados na terça-feira (9). No quarto trimestre de 2022, a companhia teve capital de giro positivo em valor semelhante.
As ações da companhia chegaram a avançar 3,3% na bolsa brasileira B3 nesta quarta-feira (10) no início da tarde, mas encerraram com ganhos abaixo de 1%.
Enquanto o fluxo de caixa da Minerva foi prejudicado pelas condições macroeconômicas, os fornecedores de financiamento ajudaram a manter as margens estáveis, mesmo em meio a um embargo chinês de um mês à carne bovina brasileira. A empresa conseguiu negociar melhores preços com os fornecedores que ela ajudou, disse o CFO.
O lucro antes dos itens ficou um pouco acima das estimativas, enquanto o lucro líquido superou as projeções dos analistas. As ações chegaram a subir 6,6% nesta quarta, o maior ganho intradiário desde 23 de março, quando foi anunciada a reabertura do mercado chinês para a carne bovina brasileira.
As condições de crédito brasileiras começaram a voltar a níveis “razoáveis”, com a Minerva esperando reduzir o financiamento a fornecedores nos próximos meses, disse Ticle.
Sua queima de caixa deve cair para cerca de R$ 200 milhões neste ano diante do aumento das importações chinesas e da melhoria das condições de crédito para pecuaristas, retornando a alavancagem aos níveis do fim de 2022.
A expectativa é a de que os preços e os volumes de exportação para a China devam subir nas próximas semanas.
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