JPMorgan tem receita recorde no 1º tri que supera as expectativas; ações disparam

Banco encerrou março com US$ 2,38 trilhões em depósitos; no 1º trimestre, a receita líquida subiu 49% para US$ 20,7 bilhões, acima do esperado

Resultados oferecem uma visão inicial de como os maiores bancos se saíram em um trimestre tumultuado
Por Hannah Levitt
14 de Abril, 2023 | 09:13 AM

Bloomberg — As ações do JPMorgan (JPM) subiam mais de 7% no pregão desta sexta-feira (14) em Nova York depois que os depósitos do banco aumentaram inesperadamente no primeiro trimestre em relação ao final do ano passado e a empresa reforçou seu guidance (projeção) para a receita líquida deste ano.

O banco de Wall Street tinha US$ 2,38 trilhões em depósitos no final de março, ante US$ 2,34 trilhões três meses antes, segundo informou nesta sexta antes da abertura dos mercados.

A entrada de dinheiro de clientes mais do que compensou os efeitos da inflação e aqueles que retiraram seus recursos em busca de alternativas de maior rendimento.

A receita líquida foi de US$ 20,7 bilhões no trimestre, um salto de 49% e acima das expectativas dos analistas. O JPMorgan elevou sua projeção de margem financeira (NII) para cerca de US$ 81 bilhões, de sua estimativa de aproximadamente US$ 73 bilhões no início deste ano, ainda que observando que existem “fontes significativas de incerteza”.

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Os resultados do JPMorgan oferecem uma visão inicial de como os maiores bancos se saíram em um trimestre tumultuado. Os rivais Wells Fargo e Citigroup (C) também reportam seus números nesta sexta-feira, enquanto a PNC Financial Services (PNC) dá início aos resultados para bancos regionais.

“A economia dos EUA continua em bases saudáveis – os consumidores ainda estão gastando e têm balanços fortes, e os negócios estão em boa forma”, disse o CEO Jamie Dimon em comunicado.

“No entanto, as nuvens de tempestade que monitoramos no ano passado permanecem no horizonte, e a turbulência do setor bancário aumenta esses riscos.”

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No acumulado do ano até quinta-feira (13), as ações do JPMorgan tinham queda de 3,8%.

O JPMorgan aumentou o contingenciamento para empréstimos potencialmente ruins em US$ 1,1 bilhão. Os resultados também incluíram um impacto de US$ 868 milhões em perdas líquidas com títulos de investimento.

Dimon escreveu em sua carta anual aos acionistas no início deste mês que as decisões tomadas pelo Silicon Valley Bank, que acabou sofrendo intervenção dos reguladores no começo de março, estavam “escondidas [mas] à vista de todos”.

Ele previu que o episódio “ainda não acabou” e alertou que as consequências serão sentidas por anos.

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