Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!
O novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tomou posse como presidente no domingo (1º), apresenta desafios na economia que devem definir o sucesso ou não de seu terceiro mandato. É a esses pontos que investidores domésticos e estrangeiros estarão particularmente atentos.
O principal será adotar uma política equilibrada de gastos públicos e elaborar uma nova âncora fiscal para substituir a atual regra do teto de gastos. São ações fundamentais para que o governo consiga atingir o que coloca como prioridade, que são os investimentos sociais e o crescimento.
Em seu discurso de posse no Congresso (veja a análise dos principais pontos), Lula criticou a regra do teto de gastos, que confirmou que será revogada. Declarou que irá retomar a política de reajuste real do salário mínimo e falou em incentivos para a indústria nacional. Por outro lado, o presidente falou em compromisso com a responsabilidade dos gastos do governo.
Lula ainda criticou a forma de atuação das empresas estatais de capital aberto nos últimos anos e o que chamou de defesa de interesses de acionistas privados.
O primeiro sinal de mudança veio do senador Jean Paul Prates, indicado na sexta-feira (30) para o cargo de próximo CEO da Petrobras. Prates disse no domingo (1º) que o governo vai publicar hoje uma medida provisória de prorrogação da desoneração de tributos sobre combustíveis por mais dois meses.
Essas e outras questões estarão no radar dos investidores a partir desta segunda-feira (2), de olho nos sinais do governo na política fiscal e nas negociações para a construção de uma nova âncora, em um ano que começa com a tendência de uma perda do crescimento da arrecadação de impostos e a desaceleração da economia no Brasil e no mundo.
Nas últimas semanas, a Bloomberg Línea conversou com economistas e analisou relatórios de instituições financeiras para avaliar quais são as perspectivas para a economia no governo Lula.
⇒ Leia a matéria completa: Estes são os 5 maiores desafios do novo governo Lula na economia
No Radar
Com a maioria dos mercados fechada e sem referências macroeconômicas para o dia, as bolsas que operam hoje terão um dia morno e de pouca liquidez. Para as bolsas europeias, esta será uma jornada solitária: fecham por feriado de Ano Novo os mercados acionários norte-americano e o asiático.
📈 Instantes atrás, às 6h06 (hora de Brasília), o Stoxx 600 subia 0,65%, para os 427,66 pontos. O alemão DAX avançava 0,75% (14.028 pontos). A bolsa londrina não abre hoje. No Brasil, a B3 funciona normalmente e tem como prato principal a repercussão do discurso de posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente.
✍🏼 Tomando nota. Para abrir o ano, esta semana os investidores terão na agenda índices inflacionários europeus (Alemanha e Zona do Euro, na sexta-feira) e indicadores sobre o emprego nos Estados Unidos (quinta e sexta). Na quarta-feira (4) tem ata de política monetária do Fed. Um retrato sobre o curso dos preços e a resistência da economia darão a base para conjecturas sobre as reuniões de política monetária do trio de Federal Reserve (Fed) - Banco Central Europeu (BCE) - Banco da Inglaterra (BoE), programadas para fevereiro.
2️⃣0️⃣2️⃣3️⃣ Voltam as questões. Até lá, os investidores se dedicarão a reunir todas as pistas para armar suas hipóteses sobre a magnitude e o ritmo de ajuste das taxas de juros. Estará a inflação sob controle e, em caso positivo, os bancos centrais se sentirão confortáveis para relaxar sua política monetária e, assim, enfrentar a ameaça de uma recessão econômica? 2023 chegou, mas as estas questões, que fizeram tanto eco no decorrer de 2022, continuam rondando o mercado.
⇒ Leia mais sobre a agenda da semana
🟢 As bolsas na sexta-feira (30/12): Dow Jones Industrials (-0,22%), S&P 500 (-0,25%), Nasdaq Composite (-0,11%), Stoxx 600 (-1,27%), Ibovespa (Feriado)
No último pregão de 2022, as bolsas dos EUA encerraram no vermelho em seu pior ano desde a crise financeira de 2008. Durante o calendário, a inflação disparou, eliminando um quinto do valor das ações globais, sua pior série desde a crise financeira. Os títulos da dívida perderam 16% de seu valor, a maior queda em décadas, como efeito da estratégia dos bancos centrais mundiais de subir os juros para deter a inflação. Após um ano excepcional para as ações em 2021, no qual o S&P 500 atingiu recordes consecutivos, poucos previam a venda massiva que se seguiria.
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Agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Feriado: EUA, Reino Unido, Austrália, Japão, China, Hong Kong, Austrália, Canadá
• PMI Industrial: Zona do Euro, Alemanha, França, Itália, Espanha, China, Brasil, México
• Europa: Portugal (Confiança Empresarial e do Consumidor/dez)
• América Latina: Brasil (Balança Comercial/Dez); Chile (Atividade Econômica/Nov)
📌 Para a semana:
• Terça-feira: EUA (PMI Industrial/Dez); Alemanha (Taxa de Desemprego/Dez, IPC/Dez); Japão (PMI Industrial/Dez). Feriado (Japão)
• Quarta-Feira: PMI de Serviços e Composto (Zona do Euro, Alemanha, França, Itália, Espanha, Brasil); EUA (Índice Redbook, Índice ISM de Emprego, Oferta de Emprego JOLTs); Alemanha (IPC/Dez); Brasil (IPP/Nov); Hong Kong (PMI Industrial/Dez); China (PMI de Serviços Caixin/Dez). Bancos centrais (Ata do Fed)
• Quinta-feira: PMI de Construção/Dez (Zona do Euro, Alemanha, França, Itália); EUA (Variação de Empregos Privados ADP, Balança Comercial/Nov); EUA e Reino Unido (PMI de Serviços e Composto/Dez); Zona do Euro (IPP/Nov); Alemanha (Balança Comercial/Nov); Itália (IPC/Dez); Brasil (IPC-Fipe/Dez, Produção Industrial/Nov)
• Sexta-feira: EUA (Payroll/Dez, Taxa de Desemprego/Dez, Encomendas à Indústria/Nov; PMI ISM/Dez); Zona do Euro (IPC/Dez, Vendas no Varejo/Nov, Confiança de Empresas e de Consumidores/Dez); Reino Unidos (PMI Construção/Dez); Alemanha (Encomendas à Indústria/Dez, Vendas no Varejo/Nov); Brasil (IGP-DI/Dez,Produção e Vendas de Veículos/Dez)
Destaques da Bloomberg Línea:
• AGE da Eletrobras, nova carteira do Ibovespa e a agenda da semana na bolsa
• A jornada dos bancos de Wall St para a marca inédita de US$ 1 tri em lucros
• Tesla: após queda de 65% em 2022, investidores avaliam se é hora de comprar
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