AGE da Eletrobras, nova carteira do Ibovespa e a agenda da semana na bolsa

Investidores devem reagir aos novos CEOs de Petrobras e Banco do Brasil e também ao acordo de parceria e opção de compra do controle do Méliuz pelo BV

Eletrobras realiza Assembleia Geral Extraordinária na quinta-feira (5) e investidores aguardam eventuais sinalizações do novo governo
Por Taís Fuoco - Raphael Almeida Dos Santos
01 de Janeiro, 2023 | 10:35 AM

Bloomberg — O Brasil entra em 2023 com novo governo e nova carteira teórica do Ibovespa. A troca de governo federal também implica novos comandos nas estatais Petrobras (PETR3, PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e Caixa Econômica Federal, além de possíveis mudanças na Eletrobras (ELET3, ELET6), recém-privatizada, na qual o governo deixou de exercer o controle, mas ainda detém uma golden share.

Veja os principais eventos na primeira semana de 2023:

PUBLICIDADE
  • Segunda-feira, 2 de janeiro: Entra em vigor a nova carteira teórica do Ibovespa, que vigora até 28 de abril. Pela terceira prévia divulgada, são excluídas do índice IRB Brasil (IRBR3) e Positivo (POSI3). Nenhuma ação foi incluída. Serão 89 ações de 86 empresas, se confirmada a prévia.
  • Terça, 3 de janeiro: Nada previsto até o momento
  • Quarta, 4 de janeiro: A Chesf reúne acionistas em AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para discutir os termos e condições da incorporação de todas as ações da empresa pela Eletrobras, sua controladora.
  • Quinta, 5 de janeiro: O IRB Brasil reúne acionistas em AGE para discutir ajustes no estatuto social após o agrupamento das ações ordinárias.
  • A Eletrobras reúne acionistas em AGE para propor o resgate das ações PNA e seu cancelamento, além da incorporação das controladas Chesf, CGT Eletrosul, Furnas e Eletronorte.
  • Sexta, 6 de janeiro: Nada previsto até o momento.

Veja a seguir 4 destaques da semana que passou:

1. Guararapes em busca de um sócio

A Guararapes (GUAR3), que controla a Riachuelo, trabalha com o Banco Safra em uma possível venda de parte do seu capital, disseram à Bloomberg News pessoas familiarizadas com as negociações. A venda pode envolver até a renúncia do controle, segundo as pessoas.

A empresa fundada em 1956 pelos irmãos Nevaldo e Newton Rocha disse em comunicado que avalia oportunidades, mas que não há decisão sobre venda. Reportagem publicada dias depois pelo Valor diz que a empresa busca a fusão com uma de suas concorrentes no varejo.

PUBLICIDADE

2. Proteção à Eletrobras

A Eletrobras acredita ter proteções legais que impeçam a sua “renacionalização” pelo governo que assume, disse o Financial Times citando entrevista do presidente da Eletrobras Wilson Ferreira Júnior. As proteções incluem uma poison pill que obriga qualquer acionista que quiser o controle da empresa a pagar um prêmio de 200%. Juntos, a União e o BNDES possuem mais de 40% das ações ordinárias da Eletrobras, mas o estatuto pós-privatização limita a 10% o poder de voto de qualquer acionista.

3. Bradesco BBI na Cosan Dez; Itaú na Cosan Nove

O Bradesco BBI investiu R$ 4 bilhões na compra de ações preferenciais da Cosan Dez, que, por sua vez, controla 88% da Compass. Com o negócio, passou a deter 23,2% do capital. A própria Cosan (CSAN3) controla a fatia majoritária de 76,8% da Cosan Dez, segundo comunicado da empresa.

Já o Itaú subscreveu R$ 4,11 bilhões em ações PN da Cosan Nove, que correspondem a 27% do capital da empresa. A Cosan Nove é o veículo que passou a deter parte das ações da Raízen detidas pela Cosan. Os acordos fazem parte do contexto da aquisição de participação acionária na Vale (VALE3), disse a Cosan.

PUBLICIDADE

4. Méliuz acerta parceria e venda com BV

O Méliuz (CASH3) acertou parceria comercial e venda de uma fatia de 3,85% do capital para o BV, com opção de compra para o banco chegar a até 23,9%, configurando o controle da companhia, segundo fato relevante na sexta-feira (30 de dezembro). O Méliuz, cujas ações caíram 90% desde o pico em julho de 2021, foi a empresa que abriu a onda de IPOs de startups na bolsa brasileira em 2020.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

PUBLICIDADE

Méliuz acerta acordo para venda de controle ao BV após queda de 90% da ação

BB e Caixa terão funcionárias de carreira na presidência