Dólar desacelera e encosta em R$ 5,20 depois de 3 sessões de alta

Investidores reagem à decisão do Banco Central do Brasil desta quarta (3), que deixou a porta aberta para mais altas de juros

Mercados sobem nesta quinta
04 de Agosto, 2022 | 02:24 PM

Bloomberg Línea — --Atualiza com novos dados para o Ibovespa e o dólar (14h20)

O dólar caía com força nesta quinta-feira (4), encostando em R$ 5,20 pela primeira vez em quatro sessões, com investidores reagindo à decisão do Comitê de Política Monetária, o Copom, de aumentar a Selic em 0,50 ponto e deixar a porta aberta para mais altas.

Já o Ibovespa (IBOV) avançava quase 2%, na contramão de Wall Street, que oscilava diante do aumento das preocupações com uma recessão global.

Por volta das 14h20 (horário de Brasília), o principal índice de renda variável da Bolsa brasileira subia cerca de 1,98%, enquanto o dólar recuava 1,4%

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No âmbito doméstico, os investidores digerem a elevação da taxa Selic, para 13,75% ao ano, bem como a sinalização do Banco Central de um novo aumento de menor magnitude na reunião de setembro, na contramão das expectativas de parte do mercado. Segundo economistas, a alta na taxa básica no próximo mês pode ser de 0,25 ponto percentual, de forma a encerrar o ciclo de aperto.

No exterior, o destaque fica com a notícia de que o Banco da Inglaterra (BOE) implementou sua maior alta de juros em 27 anos e alertou que o Reino Unido caminha para mais de um ano de recessão sob o peso de uma inflação crescente. Juntamente com a decisão, o BOE também apresentou seus planos para reduzir sua enorme carteira de títulos públicos que acumulou durante a crise.

A tensão entre Estados Unidos e China permanece entre as incertezas que obscurecem as perspectivas. Taiwan se preparou para que os militares chineses começassem a disparar em exercícios realizados ao redor da ilha em resposta à visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi.

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Por aqui, a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou nesta quinta uma redução de R$ 0,20 no valor do litro do diesel A vendido para as distribuidoras. A medida, que entra em vigor a partir de amanhã, reduz o preço médio do diesel da Petrobras de R$ 5,61 para R$ 5,41 por litro.

De acordo com a companhia, a redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e “é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.

O movimento acontece em meio à queda dos preços dos combustíveis no mercado externo. O petróleo WTI, por exemplo, era negociado abaixo dos US$ 90 nesta quinta, apagando todos os ganhos desde o início da guerra da Rússia na Ucrânia, à medida que taxas de juros mais altas e uma iminente desaceleração econômica global ameaçam a demanda.

Confira o desempenho dos mercados nesta quinta (4):

  • Por volta das 14h20 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 1,98%, aos 105.931 pontos;
  • O dólar à vista cedia 1,5%, negociado a R$ 5,20;
  • Nos EUA, os índices oscilavam: o Dow Jones cedia 0,34%, o S&P 500 caía 0,15%, enquanto o Nasdaq tinha alta de 0,14%;
  • Na Europa, as bolsas fecharam em alta: o índice Dax, da Alemanha, por exemplo, subiu 0,55%.

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.

Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.