Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
O economista Nouriel Roubini disse que os Estados Unidos estão encarando uma recessão profunda à medida que as taxas de juros aumentam e a economia está sobrecarregada por altas dívidas, qualificando de “delirantes” aqueles que esperam uma desaceleração superficial.
“Há muitas razões pelas quais teremos uma recessão severa e uma crise financeira e de dívida severa”, disse o presidente e CEO da Roubini Macro Associates à Bloomberg TV nesta segunda-feira (25). “A ideia de que isso vai ser curto e superficial é totalmente ilusória.”
Entre as razões citadas por Roubini estão os índices de endividamento historicamente altos após a pandemia. Ele mencionou especificamente o ônus para as economias avançadas, que ele disse que continua aumentando, bem como em alguns subsetores.
“Desta vez, temos choques de oferta agregada negativa estagflacionária e índices de dívida historicamente altos”, disse Roubini, apelidado de “Dr. Apocalipse” (ou Dr. Doom) por suas previsões terríveis - algumas certeiras, como da crise financeira de 2008. “Em recessões anteriores, como as duas últimas, tivemos uma flexibilização monetária e fiscal maciça. Desta vez, estamos entrando em recessão ao apertar a política monetária. Não temos espaço fiscal.”
➡ Leia a matéria completa: É ilusão pensar que recessão será superficial, alerta Dr. Apocalipse
Na trilha dos Mercados
A expectativa de um Federal Reserve (Fed) mais agressivo em sua política monetária, aliada à divulgação de alguns balanços decepcionantes, tensiona os mercados. A volatilidade é o fio condutor dos negócios em uma semana decisiva e com várias referências macro (inflação, PIB) e microeconômicas (o ápice da safra de balanços).
🔢 A verdade dos números. Os investidores terão hoje uma boa mostra de como a inflação galopante e a política monetária mais austera vem afetando as economias. Uma bateria de balanços corporativos, indicadores macroeconômicos e a atualização das projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para as economias mundiais pintarão o retrato do que esperar daqui para frente. Nos Estados Unidos, se espera que os dados sobre a confiança do consumidor e as vendas de casas novas saiam enfraquecidos.
⚠️ Impasse na Europa. A Rússia está, de novo, reduzindo drasticamente o fluxo de gás canalizado para a Alemanha, incitando o temor de que a Europa não consiga acumular suficiente estoque de gás antes do inverno. A partir de amanhã, a Gazprom PSJC cortará os embarques no gasoduto Nord Stream 1 -- o principal canal para a União Europeia -- para cerca de 20% de sua capacidade. O gigante russo atribuiu a restrição aos problemas de manutenção com uma turbina que ajuda a bombear o gás. Uma limitação na oferta de gás ao continente trará duras consequências aos já disparados preços de energia, deixando o panorama econômico ainda mais sombrio.
⛈️ Nuvens no horizonte. A temporada de balanços tem enunciado a preocupação de algumas empresas com o horizonte econômico. Ontem, a varejista Walmart divulgou uma projeção de lucro que decepcionou os investidores e acende o alerta em torno das perspectivas empresariais. Philips e o banco de investimento UBS também acenaram para um futuro menos alentador. Hoje, o calendário de balanços inclui empresas tão potentes como Microsoft, Alphabet, Visa, Coca-Cola e McDonald’s. É grande, portanto, a inquietação no mercado financeiro.
→ Mais detalhes no Radar dos Mercados
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,28%), S&P 500 (+0,13%), Nasdaq Composite (-0,43%), Stoxx 600 (+0,13%), Ibovespa (+1,36%)
As bolsas de valores dos EUA fecharam majoritariamente positivas, em uma sessão na qual os investidores tentavam se posicionar antes de uma bateria de dados macroeconômicos durante a semana. O mercado aguarda as previsões de crescimento do FMI na terça-feira, bem como a decisão de política monetária do Fed amanhã. Também acompanham os resultados trimestrais de titãs do mercado como Apple, Alphabet e Amazon, além dos balanços de empresas como General Motors, General Electric e 3M.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Atualização das perspectivas econômicas mundiais do FMI. Índice Redbook, Índice de Preços de Imóveis/Mai, Confiança do Consumidor CB/Jul, Venda de Casas Novas/Jun, Índice de Manufatura Fed Richmond/Jul, Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Reunião de emergência dos ministros de energia da UE. Reino Unido (Pesquisa CBI de Varejo e Distribuição/Jul); Espanha (IPP)
• Ásia: Japão (IPC); China (Investimento Estrangeiro Direto/Jun, Lucro Industrial/Jun)
• América Latina: Brasil (IPCA-15/Jul); Argentina (Vendas no Varejo)
• Bancos centrais: Atas da Reunião de Política Monetária do Banco do Japão (BoJ)
• Balanços do dia: Microsoft, Alphabet, Visa, LVMH, Coca-Cola, McDonald’s, UPS, Texas Instruments, Raytheon Technologies, Unilever, Mondelez, 3M, General Electric, UBS, General Motors, ADM, Chipotle, Telefônica Brasil
📌 Para a semana:
• Balanços: Apple, Amazon, Meta, entre outros
• Quarta: Decisão do Fed sobre os juros dos EUA
• Quinta: PIB dos EUA
• Sexta: CPI da Zona do Euro. EUA: Renda do Consumidor, indicador de sentimento de consumo da Universidade de Michigan
Destaques da Bloomberg Línea
• Gestora com US$ 7 bilhões busca pechinchas no Brasil e no Reino Unido
• Isso é quanto você precisa para comprar o Coliseu
• Trabalho híbrido reduz perda de funcionários, mostra estudo
• Lula sobe e Bolsonaro oscila na margem de erro em pesquisa BTG/FSB
→ E mais na versão e-mail do Breakfast:
• Também é importante: • O que o índice Big Mac revela sobre o preço do dólar no Brasil • As apostas dos bancos de Wall Street para a decisão do Fed • Petz aposta em plano de saúde e serviços para fidelizar clientes, conta CEO • Quanto custa assinar todos os streamings no Brasil. E como economizar
• Opinião Bloomberg: Google quer impedir que e-mails sobre política vão para o spam. E agora?
• Pra não ficar de fora: Shein teria perdido US$ 30 bilhões em valuation desde abril, dizem fontes