Inflação dos alimentos: alívio à vista?

Também no Breakfast: Inflação e bancos centrais pautam volatilidade nos mercados; Goldman diz que mercados nos EUA subestimam risco de recessão e Farmacêutica Novartis vai cortar até 8 mil empregados

Tempo de leitura: 5 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

A inflação descontrolada dos alimentos pode estar perto de se atenuar - pelo menos temporariamente - à medida que as commodities agrícolas caem após um aumento que elevou os preços de tudo, desde pão a asas de frango.

Quatro meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia ter derrubado os fluxos comerciais e feito os futuros de grão dispararem, o medo de escassez dá lugar ao otimismo de que os principais produtores colherão safras grandes o suficiente para ajudar a reabastecer os estoques reduzidos pela guerra. Isso é fundamental para o trigo que alimenta o mundo, o milho que nutre porcos, galinhas e gado e as oleaginosas usadas em alimentos processados.

A Austrália, um dos maiores exportadores de trigo, deve produzir outra grande safra este ano, enquanto no Mato Grosso os produtores já colheram tanto milho que os armazéns estão cheios e os grãos se acumulam a céu aberto. Na América do Norte, diminuíram as preocupações de que a seca reduziria significativamente a área plantada de grãos e soja.

PUBLICIDADE

Leia a matéria completa: Alívio à vista: Inflação de alimentos começa a mostrar sinais de queda

Principais produtores dever colher safras suficiente para ajudar a reabastecer os estoques reduzidos pela guerra na Ucrâniadfd

Na trilha dos Mercados

Cautela nos negócios, volatilidade nas cotações. Esta deverá ser a tônica da jornada de hoje, que terá dois componentes explosivos: fala de chefes dos mais notórios bancos centrais e, claro, inflação. Hoje, fecham o evento do Banco Central Europeu (BCE) em Portugal a dirigente desta instituição, Christine Lagarde, e o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Andrew Bailey, à frente do Bank of England (BoE), também se pronuncia.

👀 Olhos e ouvidos em Powell. Se o líder do Fed já atrai a atenção do mercado em dias normais, hoje deve ganhar ares de celebridade. Isso porque a forte queda do índice do Conference Board de confiança do consumidor trouxe nuvens carregadas. O indicador de junho caiu para o pior nível em mais de um ano. As perspectivas sombrias dos consumidores têm uma razão bem conhecida: inflação.

💸 A vilã do poder de compra. O mercado aguarda ansioso pelo deflator PCE dos EUA, que será divulgado amanhã. Este é o indicador de inflação que o Fed utiliza para suas decisões de política monetária. O mercado financeiro vive um grande paradigma e não consegue um consenso para suas apostas: de um lado, uma inflação persistentemente elevada danifica o custo de vida e, de outro, o uso de uma política monetária mais restritiva pode trazer recessão. Entre bancos centrais, a principal linha de combate contra a alta dos preços tem sido com o aumento de juros. Mas carregar a mão no custo do dinheiro pode sufocar as economias já afetadas pela erosão do poder aquisitivo e por problemas nas cadeias de abastecimento

🇪🇸 Sem trégua. A inflação espanhola subiu inesperadamente a um novo recorde, contrariando as expectativas de que os preços na quarta maior economia da Zona do Euro tivessem atingido um pico. O IPC preliminar de junho subiu +10,2% na comparação anual, contra estimativas de +8,8% e a leitura de +8,7% em maio. Mais tarde sai o índice de inflacionário alemão. Com dados desta magnitude, o BCE se vê forçado a aplicar aumentos significativos nas taxas de juros.

💸 A vilã do poder de compra. O mercado aguarda ansioso pelo deflator PCE dos EUA, que será divulgado amanhã. Este é o indicador de inflação que o Fed utiliza para suas decisões de política monetária. O mercado financeiro vive um grande paradigma e não consegue um consenso para suas apostas: de um lado, uma inflação persistentemente elevada danifica o custo de vida e, de outro, o uso de uma política monetária mais restritiva pode trazer recessão. Entre bancos centrais de vários partes do mundo, a principal linha de combate contra a alta dos preços tem sido o aumento de juros. Mas carregar a mão no custo do dinheiro pode sufocar as economias já afetadas pela erosão do poder aquisitivo e por problemas nas cadeias de abastecimento.

🇪🇸 Sem trégua. A inflação espanhola subiu inesperadamente a um novo recorde, contrariando as expectativas de que os preços na quarta maior economia da Zona do Euro tivessem atingido um pico. O IPC preliminar de junho subiu +10,2% na comparação anual, contra estimativas de +8,8% e a leitura de +8,7% em maio. Mais tarde sai o índice de inflacionário alemão. Com dados desta magnitude, o BCE se vê forçado a aplicar aumentos significativos nas taxas de juros.

Cautela ante fala de banqueiros centrais e dados de inflaçãodfd
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-1,56%), S&P 500 (-2,01%), Nasdaq Composite (-2,08%), Stoxx 600 (+0,27%), Ibovespa (-0,17%)

O impulso do relaxamento de algumas restrições da política de Covid zero na China teve curta duração. No final, o humor do mercado foi afetado pelo índice do Conference Board. A confiança dos consumidores caiu para 98,7, de uma leitura para baixo de 103,2 em maio, o nível mais baixo em 16 meses. As expectativas dos consumidores para um horizonte de seis meses retrocederam para o pior patamar em quase uma década. Durante a sessão, as ações de tecnologia lideraram a queda.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: PIB/1T22, Gasto dos Consumidores/1T22, Pedidos de Hipotecas - MBA, Atividade das Refinarias de Petróleo pela EIA

Europa: Zona do Euro (Massa Monetária M3/Mai, Empréstimos ao Setor Privado, Confiança de Empresas e Consumidores/Jun; Clima de Negócios/Jun, Expectativas de Inflação ao Consumidor/Jun); Alemanha (IPC/Jun); Reino Unido (Crédito ao Consumidor BoE/Mai, Empréstimos Hipotecários/Mai); Espanha (IPC, Vendas no Varejo)

Ásia: Japão (Índice da Confiança Entre as Famílias/Jun), Produção Industrial/Mai); China (PMI Composto)

América Latina: Brasil (IGP-M, Empréstimos Bancários/Mar)

Bancos centrais: Discursos de presidentes em evento do Banco Central Europeu: Christine Lagarde (BCE), Jerome Powell (Fed) e Andrew Bailey (BoE). Loretta Mester (Fed Cleveland), James Bullard (Fed St Louis) e Luis de Guindos (BCE) também têm previstos pronunciamentos

📌 Para a semana:

Quinta-feira: EUA: Deflator de Preços PCE/1T22, Renda do Consumidor norte-americano, Pedidos iniciais de Seguro-Desemprego

Sexta-feira: CPI da Zona Euro; gastos com construção nos EUA, Índice ISM de Manufatura

Destaques da Bloomberg Línea

Juros agressivos na América Latina evitaram uma crise de câmbio, diz ex-BC

Varíola dos macacos: Europa começa a receber vacinas para conter surto

Conheça o ‘TikTok para crianças’ que recebeu investimento da NBA

Red Bull Racing produzirá hipercarro de corrida de US$ 6 milhões no Reino Unido

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Farmacêutica Novartis vai cortar até 8 mil postos de trabalho em reestruturação • Governo pede à Petrobras que adie obras de refinarias • Goldman diz que mercados nos EUA subestimam risco de recessão • Tesla faz novos cortes e demite centenas de funcionários

• Opinião Bloomberg: Este é nosso conselho para que a geração Z sobreviva à recessão

• Pra não ficar de fora: Lewis Hamilton condena fala racista de Piquet e pede mudanças

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

Para receber a íntegra da newsletter na sua caixa de email, registre-se gratuitamente no nosso site.

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter matinal.

Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe