Startups apertam o cinto... e demitem

Também no Breakfast: Mercados tentam correção técnica, mas volatilidade paira no ar; As implicações de mais uma troca de presidente da Petrobras e Como o Brasil se prepara para a chegada da varíola dos macacos

Por

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Você se lembra que, há quase um mês, contamos das demissões em alguns unicórnios? Poderiam ser casos isolados, mas fomos a fundo na indústria das startups bilionárias e constatamos que a onda de demissões em empresas de tecnologia continua. Na segunda-feira (23), a startup argentina de criptomoedas Buenbit disse que estava demitindo metade de sua equipe por causa do “novo contexto global”. A Klarna, fintech mais valiosa da Europa, informou que iria enxugar 10% da equipe. E, no Brasil, o unicórnio do e-commerce Olist cortou pelo menos 60 funcionários, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

🔴 Os cortes de pessoal vêm na esteira de uma situação macroeconômica mais desafiadora, com os bancos centrais pelo mundo subindo as taxas de juros para conter a inflação. No cenário micro, cada modelo de negócio está sofrendo com suas especificidades. A Klarna, empresa sueca de Buy Now, Pay Later, por exemplo, viu seus custos de empréstimos subirem para o nível mais alto já registrado, com o aumento das taxas atingindo a avaliação da dívida e do patrimônio da empresa. Na América Latina, a colombiana Addi também opera nesse modelo de negócio.

🌎 Professor da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Jerome Engel é especialista em inovação, empreendedorismo e venture capital. Em entrevista à Bloomberg Línea, ele explica que os efeitos da pandemia, combinados com a inflação, os problemas na cadeia de suprimentos e a guerra na Ucrânia, serão sentidos no mercado de capital de risco de países emergentes com um certo atraso em relação ao que foi visto na Europa e nos Estados Unidos. Por isso, ele também acredita que a América Latina, por estar na ponta da corda, levará mais tempo para se recuperar desse colapso, já que as estruturas dos mercados dos países desenvolvidos são mais fortalecidas.

A matéria completa você lê aqui: Apertando os cintos: segue onda de demissões em startups bilionárias

Na trilha dos Mercados

A política monetária ocupa o centro do palco hoje. Além da minuta da reunião de 4 de maio do Federal Reserve (Fed), quando o banco central norte-americano aplicou ao juro um aumento de 0,5 ponto percentual, a programação de hoje inclui uma série de pronunciamentos de lideranças de bancos centrais mundiais, da América do Norte, passando pela Europa, pela Ásia e até pela Oceania.

🛒 Confiança do consumidor alemão. Uma ligeira melhora no indicador de confiança do consumidor da Alemanha ajudava a maioria das bolsas europeias esta manhã. Após amargar um recorde de baixa em maio, o índice do instituto GfK, baseado em uma entrevista com 2 mil alemães, subiu ligeiramente para -26,0 pontos, contra -26,7 da leitura anterior.

🕵️ Olhar com lupa. Às 15h (horário de Brasília) o mercado dirigirá toda sua atenção à minuta do Comitê de Mercado Aberto do Fed, na tentativa de inferir qual deverá ser a ação sobre os juros. Os analistas estão certos de que a autoridade monetária não tem outra alternativa que seguir subindo o custo do dinheiro. A questão é se esse aperto monetário não vai estrangular a economia.

🦅 Hawkish 1 x 0 Dovish. Atenção ao pronunciamento de vários membros de bancos centrais, entre eles a presidente do BCE, Christine Lagarde, que deu uma guinada no seu posicionamento sobre o rumo da taxa de juros. Ela, que permanecia em cima do muro quando outros bancos centrais, incluindo o Fed, já advogavam pelo aumento das taxas, agora parece estar mais próxima dos “falcões” (”hawkish”, como o mercado chama os defensores de uma política monetária mais agressiva).

Em um artigo publicado no blog do BCE, a dirigente deu uma orientação inequívoca sobre o provável caminho das taxas de juros nos próximos meses - disse que é possível que o BCE comece a subir os juros em julho, tirando as taxas europeias do campo negativo no final de setembro.

📈 Em tempo: Falando em juros, hoje o banco central da Nova Zelândia subiu suas taxas em 0,5 ponto percentual, para 2%.

*️⃣ Os mercados de renda variável parecem inclinados a uma correção técnica na Europa e nos Estados Unidos, mas a volatilidade paira no ar.

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (+0,15%), S&P 500 (-0,81%), Nasdaq Composite (-2,35%), Stoxx 600 (-1,14%), Ibovespa (+0,21%)

As ações dos EUA diminuíram as perdas, mas ainda assim quase todos os índices terminaram no vermelho. As ações de tecnologia lideraram o declínio, catalisadas pelo aviso da Snap de que não cumprirá suas previsões de receita e lucro. O proprietário do Snapchat desabou mais de 40%, provocando perdas entre as empresas que dependem da publicidade digital. “O mercado está deslocando sua preocupação com a inflação para a preocupação com o crescimento”, disse Ellen Hazen, estrategista da FL Putnam, à Bloomberg. O petróleo recuou pelo segundo dia consecutivo após o anúncio do Departamento de Energia dos EUA de uma oferta de até 40,1 milhões de barris de petróleo bruto, medida que visa aliviar a crise de fornecimento.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriado: Argentina (Dia da Revolução)

EUA: Pedidos de Bens Duráveis/Abr; Juros e Pedidos de Hipotecas de 30 anos - MBA; Índice de Compras MBA; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA

Europa: Reuniões Anuais do Fórum Econômico Mundial; Alemanha (PIB/1T22: Clima do Consumidor GfK/Jun); França (Confiança do Consumidor/Mai); Espanha (IPP)

Ásia: Japão (Índice de Indicadores Antecedentes; Indicador Coincidente/Mar; Preço de Serviço Corporativo - CSPI)

América Latina: Brasil (Transações Correntes/Mar; Investimento Estrangeiro Direto/Mar); México (PIB/1T22; Balança Comercial/Abr; Transações Correntes/1T22)

Bancos centrais: Ata de Política Monetária do FOMC/Fed; Relatório de Estabilidade Financeira do BCE; Decisão do banco central da Nova Zelândia sobre juros. Discursos de Christine Lagarde (presidente do BCE), Fabio Panetta, Philipe Lane (BCE); Lael Brainard (FOMC/Fed); Haruhiko Kuroda (presidente do BoJ); Silvana Teyreyro (BoE); Johannes Beermann (Bundesbank) 

Balanços: NVIDIA, Snowflake

📌 Para a semana:

• Quinta-feira (Decisão sobre juros do banco central da Coreia; Nos EUA: PIB e Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego)

• Sexta-feira (Nos EUA: Índice de Preços PCE; Renda e Gastos Pessoais; Estoques do Atacado; Índice de Confiança do Consumidor - Universidade de Michigan)

Destaques da Bloomberg Línea

• FBI desarmou plano para matar Bush em vingança por guerra do Iraque

• Adam Neumann está de volta e captando para sua nova startup

Superar a varíola dos macacos será mais fácil que a covid, dizem especialistas

• As implicações de mais uma troca de presidente da Petrobras

• Trocar liderança da Petrobras não reduzirá preços dos combustíveis, diz Lula

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Como o Brasil se prepara para a chegada da varíola dos macacos • Petrobras: perspectiva da ação muda com troca de CEO? Analistas respondem • O CEO de 23 anos que tem startup unicórnio avaliada em US$ 1 bilhão • Otimismo agro: o investimento de R$ 700 milhões da 3tentos em Mato Grosso

• Opinião Bloomberg: É o fim da bonança para a economia de consumo

• Pra não ficar de fora: Restituição do Imposto de Renda 2022: confira o calendário completo

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

Para receber a íntegra da newsletter na sua caixa de email, registre-se gratuitamente no nosso site.

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter matinal.

Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe