Metaverso se transforma em passarela para Semana da Moda

Primeiro desfile em ambiente virtual foi marcado por interações e apresentações de colecionáveis de luxo

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Por Gino Matos para Mercado Bitcoin

São Paulo — No final de março, o Metaverso foi palco para a primeira Semana da Moda no ambiente virtual do Decentraland, organizada por Vogue e UNXD – marketplace de luxo especializado em NFTs, os tokens não-fungíveis. Nos cinco dias do evento, marcas como Dolce & Gabbana e Tommy Hilfiger marcaram presença. A entrada, gratuita, foi permitida apenas com um clique para se conectar ao Decentraland.

O produtor de conteúdo sobre metaverso e usuário do Decentraland que se identifica como PeterParkerVenom – e que será chamado aqui de Kevin – fala das várias possibilidades de comunicação oferecidas no evento, classificando a experiência como positiva. “Eu entro no Decentraland todos os dias e, mesmo para mim, um usuário assíduo, descobri as muitas formas de interação.”

Rua das marcas

Kevin conta que a experiência mais marcante foi a Wearable Drive, uma rua onde lojas de marcas famosas, como Forever 21 e Philipp Plein, por exemplo, distribuíram acessórios aos participantes. Diz que foi uma das estratégias para chamar atenção do público. “Eles distribuíram coleções classificadas como lendárias e só as mais difíceis de conseguir ganham esse título.”

Maryana DCL, outra usuária do Decentraland que acompanhou o evento, concorda com Kevin sobre a Wearable Drive. CEO e fundadora da B-Verse, empresa que presta consultoria a profissionais e companhias que queiram entrar no metaverso, avalia que a Semana da Moda do Decentraland foi como um “evento de moda na vida real”.

“Havia paparazzis, jornalistas de grandes portais de notícia, membros das marcas em exibição verificando como tudo estava acontecendo”, diz a fundadora da B-Verse. Ela acrescenta que os participantes se organizaram em chamadas coletivas, em aplicativos como Zoom e Discord, para conversar sobre toda a movimentação.

Desfiles de verdade

Como todo bom evento de moda, os desfiles não poderiam ficar de fora. Kevin e Maryana destacaram a semelhança dos virtuais com os da vida real. “Tinha uma passarela e os participantes se organizavam para mostrar as marcas. Não era bagunçado, apenas participantes e organizadores podiam ficar no palco”, conta Kevin.

Maryana apresentou, no segundo dia, algumas atrações. Ela ressalta a campanha “The Next Meta Model”, buscou modelos dentre os que assistiam ao desfile. Atrações como essas foram apontadas como pontos positivos por Maryana e Kevin.

“Foi muito divertido ver toda a comunidade interagindo, trocando acessórios e dando instruções para usuários novatos”, diz Kevin. “Acredito que a Semana da Moda nos dá uma noção de como será o metaverso quando for mais difundido”, acrescenta Maryana.

À semelhança do universo real, o evento teve a cerimônia de encerramento com show da cantora Grimes.

Foi apenas hype?

Kevin diz que algumas das marcas que participaram da Semana da Moda não permaneceram no metaverso. Entre as exceções estão Forever 21 e Philipp Plein.

Kevin e Maryana relatam não ter havido nenhuma grande retenção de usuários. Ele conta que está vendo “novas faces”, mas são poucas. Ela compartilha dessa opinião e ainda apresenta números. “Em termos de usuários, voltamos a níveis vistos antes da Semana da Moda. A média anterior do evento era de 1.700 a 2.300 usuários, enquanto durante os cinco dias ficou em 3.600 ativos”, diz.

Segundo os dois participantes, alguns designers de NFTs ficaram mesmo após o fim do evento, indicando um interesse em ajudar a construir a comunidade dentro do Decentraland.

Lições para a próxima

Apesar dos pontos positivos destacados, Maryana cita aqueles que, em sua opinião, podem ser trabalhados para uma nova edição. O primeiro é a falta de interação entre marcas e usuários do Decentraland antes do evento. “Sabíamos que as marcas viriam, mas não houve apresentações para nos aproximar. Foi legal a presença delas mas, ao mesmo tempo, me pareceu meio distante.”

Ela conta que a B-Verse está contatando as marcas e começando a criar pontes para os próximos eventos. A intenção é tornar a experiência ainda mais imersiva. Outro ponto levantado por Maryana diz respeito ao preço dos colecionáveis. “Vimos NFTs de camisas por US$ 5 mil. Tudo bem essas marcas cobrarem isso por peças físicas, mas não faz muito sentido cobrar o mesmo preço na versão digital”, diz.

Mesmo com pontos a serem trabalhados, Maryana e Kevin classificam a Semana da Moda como um evento muito positivo para o metaverso.

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