Cientistas sul-africanos descobrem duas linhagens da variante ômicron

Segundo especialistas, descoberta não é motivo de alarde, dados os baixos casos de infecções e hospitalizações no país

As linhagens foram nomeadas BA.4 e BA.5
Por Antony Sguazzin
12 de Abril, 2022 | 05:18 PM

Bloomberg — Cientistas sul-africanos descobriram duas novas sublinhagens da variante ômicron do coronavírus, disse Tulio de Oliveira, que administra instituições de sequenciamento de genes no país.

As linhagens foram nomeadas BA.4 e BA.5, disse ele por mensagem de texto e em uma série de tweets. Ainda assim, disse Oliveira, as linhagens não causaram um aumento nas infecções na África do Sul e foram encontradas em amostras de vários países.

“Dadas as baixíssimas infecções, hospitalizações e mortes na África do Sul, estamos alertando sobre a evolução contínua, mas não preocupados”, disse Oliveira, por mensagem de texto. “Toda a ciência laboratorial sobre neutralização de vírus e vacinas já está em andamento e estamos fortalecendo a vigilância genômica”.

A África do Sul e Botsuana foram os primeiros a descobrir a ômicron em novembro e a África do Sul foi o primeiro país a ser atingido por uma onda de infecções causadas pela cepa. Hospitalizações e mortes foram uma fração das causadas pela variante delta, mesmo quando os casos diários atingiram um recorde em dezembro.

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Sem alarme

As sublinhagens também foram encontradas em amostras de Botsuana, Bélgica, Alemanha, Dinamarca e Reino Unido, disse Oliveira no Twitter.

Até agora, quatro amostras com as sublinhagens foram identificadas em Botsuana e 23 na África do Sul, disse a Organização Mundial da Saúde em comunicado.

“Não há motivo para alarme”, disse Matshidiso Moeti, Diretor Regional da OMS para a África. “Estamos trabalhando com cientistas em Botsuana e África do Sul para obter conhecimento comportamental completo dessas sublinhagens.”

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As duas linhagens têm mutações semelhantes em suas proteínas spike, a parte do vírus que ajuda o vírus a se ligar às células humanas, à sublinhagem BA.2, que parece ser mais infecciosa do que a cepa ômicron original. Eles também têm algumas mutações adicionais, disse ele.

As duas sublinhagens diferem uma da outra em termos de mutações de aminoácidos fora da proteína spike, disse ele. O Botswana também anunciou a descoberta das variantes.

A África do Sul relatou na segunda-feira 553 novos casos de coronavírus, com 5% dos testes dando positivo.

--Com a colaboração de Mbongeni Mguni

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