Ibovespa tem alta na contramão de NY, em dia de inflação nos EUA

Na Bolsa, movimento era marcado pela rotação setorial, com investidores migrando de ações de crescimento para aquelas de valor

Mercados repercutem nesta quinta dados econômicos no Brasil e nos EUA, além da temporada de resultados
10 de Fevereiro, 2022 | 02:08 PM
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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV), principal índice de renda variável da Bolsa brasileira, operava em alta na tarde desta quinta-feira (10), em um dia movimentado de indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.

Por aqui, o volume de serviços registrou alta de 10,9% no acumulado de 2021, o maior crescimento anual desde o início da série histórica, em 2012. Em 2020, o setor havia recuado 7,8%.

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De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as atividades que mais se destacaram no ano foram transportes, serviços auxiliares aos transportes, além de correio e informação e comunicação.

Na Bolsa, o movimento era marcado pela rotação setorial, com investidores migrando de ações de crescimento (como tecnologia) para ações de valor (caso de commodities e bancos).

Entre as maiores altas do índice nesta tarde, 3R Petroleum (RRRP3) tinha ganhos de 5,78% e Petrobras (PETR3; PETR4) avançava 2,8% e 2,7%.

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Já empresas ligadas à tecnologia, como Méliuz (CASH3) e Locaweb (LWSA3), por exemplo, tinham baixas da ordem de 3%, diante de um cenário de juros mais elevados.

  • Por volta das 14h (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,95%, aos 113.549 pontos;
  • No mercado de juros futuros, o contrato DI com vencimento em janeiro de 2023 subia de 12,26% para 12,31%, enquanto o com prazo em janeiro de 2027 avançava de 11,20% para 11,28%;
  • O dólar comercial operava em queda de 0,57%, a R$ 5,196;
  • Entre as commodities, o petróleo operava em alta, superando o patamar dos US$ 91 o barril;

No ambiente doméstico, destaque ainda para a divulgação do balanço do quarto trimestre do Itaú Unibanco (ITUB4), após o fechamento, além do relatório de produção da mineradora Vale (VALE3).

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Cenário externo

Nos EUA, o sentimento é de maior aversão ao risco após alta de 7,5% da inflação no país em janeiro, acima do esperado e na maior alta para o indicador desde 1982.

Após o dado, os mercados de curtíssimo prazo agora projetam um ritmo mais rápido de aumento de juros nos EUA. Os contratos precificaram brevemente uma alta de 0,5 ponto percentual no próximo mês, como uma chance de mais de uma em duas, precificando aumento de 1 ponto percentual no total até o final de julho.

Após meses repetindo que os aumentos dos preços ao consumidor eram transitórios, o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou a porta aberta para altas de juros em todas as reuniões do comitê de política monetária. Em entrevista coletiva após o último encontro, ele não descartou a possibilidade de elevação de 0,50 ponto percentual.

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  • Por volta das 14h (horário de Brasília), o Dow Jones recuava 0,27%, a Nasdaq caía 0,39% e o S&P 500 cedia 0,37%;
  • Na Europa, o índice FTSE 100, do Reino Unido, subia 0,38%, enquanto o CAC-40, da França, recuava 0,41%

Ainda na agenda, os pedidos de auxílio-desemprego caíram pela terceira semana nos EUA, a 223 mil, abaixo da estimativa mediana de 230 mil pedidos em pesquisa da Bloomberg com economistas.

Os pedidos vêm apresentando queda nas últimas semanas, à medida que o mercado de trabalho se recupera da onda de ômicron, que levou a um aumento nos pedidos de desemprego durante o feriado de Ano Novo.

(Com informações da Bloomberg News)

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.