Bloomberg Línea — Em um dia de mau humor externo, com queda das bolsas mundiais, o Ibovespa (IBOV) opera próximo da estabilidade na tarde desta quinta-feira (3). Por volta das 15h25 (horário de Brasília), o principal índice de renda variável da Bolsa brasileira tinha leve queda de 0,2%, aos 111.656 pontos.
Entre as maiores baixas, companhias ligadas à tecnologia, como Locaweb (LWSA3), Banco Inter (BIDI11) e Positivo (POSI3), apresentavam quedas da ordem de 6,5%, 5% e 4%.
O movimento acontece em meio à forte liquidação das ações de tecnologia nos Estados Unidos, em meio aos resultados abaixo do esperado no quarto trimestre de empresas como Meta (FB) e Spotify (SPOT).
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Na ponta oposta, empresas de educação e varejistas listadas na Bolsa, mais sensíveis à taxa de juros, caso de Yduqs (YDUQ3) e Americanas (AMER3), lideravam entre as altas do Ibovespa nesta tarde, com ganhos de 4% e 2,5%, respectivamente.
Confira o desempenho dos principais indicadores por volta das 15h15:
- O Ibovespa operava em baixa de 0,2%, aos 111.656 pontos
- O dólar comercial subia 0,45%, negociado a R$5,229 na compra e a R$ 5,300 na venda
- Nos EUA, o índice Dow Jones tinha queda da ordem de 1%, o S&P 500 recuava 1,76% e o da Nasdaq caía 2,7%
Juros e temporada de resultados no radar
Nos EUA, as atenções dos investidores estão voltadas hoje para o desempenho abaixo do esperado de empresas de tecnologia no quarto trimestre de 2021.
A Meta (FB), dona do Facebook, apresentava queda da ordem de 26% em Nova York por volta das 15h15 (horário de Brasília), após decepcionar em número de usuários no último trimestre e após uma previsão de receita mais fraca do que o esperado.
Números fracos do Spotify (SPOT) também decepcionaram investidores, que apostavam em uma forte temporada de lucros no período.
Além da temporada de resultados, os investidores repercutem nesta quinta as decisões de política monetária no Brasil e na Europa, do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Banco Central Europeu (BCE), respectivamente.
Ontem, o Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, a 10,75% ao ano, no maior patamar desde maio de 2017.
Apesar de o aumento de 1,5 ponto ser amplamente esperado, o comunicado surpreendeu parte do mercado ao indicar um ritmo menor de ajuste nas próximas reuniões e revisar significativamente para cima sua projeção de inflação para 2022.
Atenção ainda para os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA, que vieram em queda pela segunda semana. Segundo dados do Departamento do Trabalho, os pedidos caíram para 238 mil na semana encerrada em 29 de janeiro.
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