Banco do Nordeste engaveta plano de re-IPO após contratar 5 bancos

Itaú BBA, BTG Pactual, Bradesco BBI, Bank of America e UBS BB tinham sido escolhidos como assessores da operação

Após ser alvo de disputa política por seu comando, BNB suspende lançamento de oferta subsequente de ações, a fim de ter liquidez de ações na B3
20 de Outubro, 2021 | 11:30 AM

São Paulo — O Bando do Nordeste (BNB) decidiu engavetar o plano de uma oferta pública de ações na B3. A operação é chamada de re-IPO, pois a instituição já é listada na Bolsa, mas seus papéis praticamente não têm liquidez.

A instituição, que mudou de comando recentemente, informou, nesta quarta-feira (20), que suspenderá, momentaneamente, o processo de uma eventual nova emissão de ações do banco (“follow on”). A decisão engrossa a lista de companhias que interromperam processos de lançamento de ofertas públicas devido à piora das condições do mercado de capitais nos últimos meses.

Veja mais: Banco do Nordeste destitui comando após presidente do PL cobrar demissão

“Os estudos internos e as avaliações sobre o tema continuarão sendo realizados, podendo a operação ser retomada em momento mais oportuno”, diz o BNB, em comunicado.

PUBLICIDADE

A instituição financeira, sediada em Fortaleza (CE), chegou a selecionar cinco bancos como prestadores de serviço de assessoria na avaliação de oportunidades para a realização de eventual operação no segmento de renda variável: Itaú BBA, BTG Pactual, Bradesco BBI, Bank of America e UBS BB.

O BNB tornou pública a intenção de realizar uma possível oferta pública em comunicado ao mercado no último dia 27 de julho. No último dia 30 de setembro, o conselho de administração da instituição destituiu Romildo Rolim da presidência, após o presidente do PL (partido do Centrão, de apoio ao governo federal), Valdemar Costa Neto, pedir sua demissão em vídeo postado em redes sociais. Anderson Possa assumiu como presidente interino da instituição de fomento regional.

O motivo alegado pelo político alinhado ao presidente Jair Bolsonaro era um contrato entre o BNB e o Inec (Instituto Nordeste Cidadania), entidade responsável pela gestão do Crediamigo, programa de microcrédito urbano, e pelo Crediagro, para a agricultura familiar. Para Costa Neto, a entidade tinha ligação com o PT, partido de oposição ao governo federal. O BNB informou, no último dia 11, que sua diretoria executiva aprovou um edital de seleção de novo gestor do Crediamigo por 60 meses.

PUBLICIDADE

Leia também

Ação da Vale cai ao menor valor em 2 semanas após queda nas vendas

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.