DWS, do Deutsche Bank, conduz revisão sobre suposto greenwashing

Investidores souberam há pouco mais de um mês que reguladores estão investigando a DWS por um relatório de ESG exagerado

Ações da gestora de ativos despencaram no final de agosto
Por Steven Arons e Nicholas Comfort
06 de Outubro, 2021 | 04:48 PM

Bloomberg — A unidade de gestão de ativos do Deutsche Bank iniciou uma nova revisão de supostas práticas de marketing verde exagerado enquanto investigações de reguladores continuam nos EUA e na Alemanha.

A DWS Group contratou o escritório de advocacia americano Sullivan & Cromwell para uma nova avaliação das alegações do chamado greenwashing, de acordo com pessoas a par do assunto que pediram para não serem identificadas. A SEC dos EUA, a agência reguladora alemã BaFin e o Departamento de Justiça americano investigam a DWS sobre informações reveladas pela ex-diretora de sustentabilidade Desiree Fixler.

A DWS contratou o escritório de advocacia para representar a empresa nas conversas com a SEC, e o escopo da avaliação vai além das alegações de Fixler, disse uma pessoa.

Investidores souberam há pouco mais de um mês que reguladores estão investigando a DWS, que demitiu Fixler pouco antes de publicar um relatório anual sobre dados ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês, que, segundo ela, foram exagerados. O caso abalou a comunidade de gestão de ativos quando o setor enfrenta um ambiente regulatório mais rigoroso após anos de crescimento sem controle do mercado ESG.

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A DWS, que contestou consistentemente as alegações, inicialmente contratou a PwC para conduzir uma revisão que concluiu que a gestora não havia praticado greenwashing. Um porta-voz da DWS não quis comentar.

A DWS também contratou a PWC no início do ano para conduzir um “projeto comercial de consultoria ESG” enquanto Fixler ainda estava na empresa, disse a ex-funcionária em mensagem à Bloomberg. Um porta-voz da PWC não quis comentar.

A BaFin entrou em contato com o Deutsche Bank, que detém cerca de 80% da unidade de investimento, sobre o papel desempenhado pelo presidente do banco, Karl von Rohr, segundo a Bloomberg. Von Rohr preside o conselho fiscal da DWS e, nessa função, assinou o relatório anual que agora é investigado por suposto greenwashing.

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As supostas práticas de greenwashing colocaram a DWS e o Deutsche Bank na defensiva enquanto tentam se promover como campeões de sustentabilidade. O CEO do Deutsche Bank, Christian Sewing, deixou claro que a empresa quer assumir a liderança no mercado ESG de US$ 35 trilhões, como um caminho fundamental para elevar a receita.

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