São Paulo — O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (4) em queda, assim como o dólar, que subiu pela manhã mas passou a cair ao longo da tarde. O desempenho negativo das bolsas americanas, somado os riscos relacionados ao cenário fiscal e a expectativa com a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) mais tarde ditaram o tom das negociações.
O principal índice acionário brasileiro foi pressionado pela queda dos papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4), que divulgará balanço após o fechamento do mercado, e do Bradesco (BBDC4), que soltou resultados na noite de ontem. Lá fora, Dow Jones e S&P 500 caíram, com os dados de emprego, medidos pela ADP, abaixo do esperado e balanços abaixo das expectativas, como da montadora GM, além das preocupações com o avanço da variante delta do coronavírus no mundo. Já na Europa, os índices fecharam em alta, com resultados corporativos dando o tom.
“A queda de 4% do Bradesco acabou puxando as empresas do setor financeiro e penalizando o índice, em vista do lucro abaixo do esperado por conta do fraco resultado do lado de seguros”, disse Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.
No câmbio, novos temores sobre a situação fiscal do país ditaram o humor na maior parte do dia, após o presidente Jair Bolsonaro prometer reajustes no Bolsa Família em valor que poderia chegar a R$ 400. No início da tarde, a moeda atingiu a máxima intradiária com a declaração do chefe do Executivo, que também prometeu auxílio para compra de botijão de gás. Entretanto, à tarde, a tendência foi revertida.
As atenções se voltam para o Copom, com a divulgação da decisão quanto à taxa Selic após às 18h30. O mercado prevê que o juro básico deve ser elevado para 5,25%, o maior aumento desde 2003. Além disso, os investidores também olham para os balanços do pós-mercado, que incluem Petrobras, Banco do Brasil, Totvs, BR Properties, AES Brasil e 3R.
- Bolsa: O Ibovespa caiu 1,44%, a 121.801 pontos. Lideraram as perdas percentuais as ações preferenciais e ordinárias do Bradesco (BBDC4 e BBDC3) e da Cosan (CSAN3). Usiminas (USIM5), Klabin (KLBN11) e CSN (CSNA3) foram destaques positivos
- Destaques da bolsa: A Dotz, administradora de programas de fidelidade e de contas digitais, planeja aproximar seus usuários do mundo das criptomoedas ainda neste ano. A ideia é permitir que a base de clientes possa resgatar pontos acumulados para a compra de bitcoins, revelou o CEO da companhia, Roberto Chade, em entrevista exclusiva à Bloomberg Línea.
- Câmbio: O dólar caía 0,47%, a R$ 5,195, perto do fim do pregão.
- Juros: As taxas dos DIs avançaam em grande parte da curva, em compasso de espera do Copom. O vencimento para janeiro de 2022 fechou em alta de 0,5 bps, a 6,345%.
- Exterior: As bolsas europeias fecharam em alta com os fortes dados econômicos da região. Os principais índices americanos fecharam mistos. O Dow Jones e o S&P500 caíram 0,92% e 0,46%, respectivamente. O Nasdaq subiu 0,13%.
- Bitcoin: No final do dia, a criptomoeda operava em alta de 3,90%, a US$39.699.
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