Confira expectativas de 5 analistas sobre a decisão do Copom a ser anunciada na noite de hoje

Economistas projetam magnitude da alta da taxa Selic esperada, que seria a quarta consecutiva

Banco Central pode elevar a Selic em 1 ponto percentual para conter pressões inflacionárias, segundo economistas
04 de Agosto, 2021 | 09:07 AM

São Paulo — O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga, na noite de hoje, sua decisão sobre a taxa básica de juros, atualmente em 4,25% ao ano, após três altas consecutivas de 0,75 ponto percentual (março, maio e junho). Se confirmada a elevação de 1 ponto percentual como vem sendo aventada, para 5,25%, seria a primeira dessa magnitude desde fevereiro de 2003, no primeiro ano do governo Lula.

Confira as expectativas de alguns profissionais do mercado:

  • Étore Sanchez - economista-chefe da Ativa Investimentos

“O Copom deverá conduzir a taxa básica de juro para 5,25% com a elevação de 1 ponto percentual. Em sua comunicação, avaliamos que a principal alteração deverá estar associada à intenção sobre o ciclo, no qual o BC deverá indicar como apropriada a condução do juro para além do neutro em função das expectativas de inflação. As projeções deverão mostrar outro salto, principalmente em 2021, passando para cerca de 6,5%. É possível que o BC ainda faça alguma sinalização no tocante aos novos temores fiscais”.

  • Jansen Costa - sócio-fundador da Fatorial Investimentos

“A curva de juros já precifica alta de 1 ponto percentual. Mas uma possibilidade é também o Banco Central manter a alta atual de 0,75 pp com a divulgação de uma ata mais dura. O mercado teme que a inflação não seja transitória e sim mais recorrente, e que isso traga para os preços uma alta significativa em serviços e consumo. É importante destacar que se o BC não subir os juros, a inflação pode virar mais permanente, o que não é bom para a economia brasileira”

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  • João Beck - economista e sócio da BRA

“Os contratos futuros de juros negociados diariamente na B3 já incorporam toda expectativa de alta na taxa Selic. Não significa que a realidade não possa ser mais cruel do que já está na trajetória esperada. Aliás, investidores tem sido surpreendidos ao longo do ano. Se esse for o caso, focar em títulos pós-fixados é o melhor caminho. Algumas ações de empresas com boa capacidade de repassar preços podem ser boas alternativas para se proteger da inflação também”

  • Felipe Nascimento - economista-chefe da Invest Smart

“Caso o Banco Central surpreenda com uma alta superior que as expectativas, o dólar tende a se desvalorizar com o prêmio e poderia caminhar ao redor dos R$ 4,80 nos próximos meses, segundo nossas projeções, caso não haja empecilhos estruturais ou políticos. Caso a alta seja de 0,75 ponto percentual, se somados os receios inflacionários estruturais e ambiente avesso ao risco, a dinâmica pode se inverter e levar o dólar acima do patamar de R$ 5,45”

  • Everton Pinheiro de Souza Gonçalves - superintendente da Assessoria Econômica da ABBC (Associação Brasileira de Bancos)

“O processo inflacionário está disseminado e o choque de preços não se mostra mais como um processo temporário, o que poderá requerer um aperto mais intenso do que o esperado. Diante desse cenário, mais elevações nas próximas reuniões do Copom devem acontecer. Projetamos uma inflação medida pelo IPCA de 7% em 2021, acima do teto de 5,25%. Já para 2022, a expectativa é de que o IPCA encerre em 3,8%”

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.