Setor privado deve liderar agenda de desenvolvimento do Brasil, diz CEO da JBS

Durante participação no Bloomberg Línea Summit 2025, Gilberto Tomazoni defendeu o protagonismo empresarial na COP30 e apresentou propostas para conciliar produção de alimentos com captura de carbono

Setor privado deve liderar a agenda de desenvolvimento do Brasil, diz CEO da JBS
27 de Outubro, 2025 | 10:47 AM

Bloomberg Línea — O setor privado brasileiro deve liderar a agenda de desenvolvimento do país com base em três eixos: aumento da produtividade, inclusão e sustentabilidade, disse o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni.

O executivo defendeu o protagonismo empresarial na COP30 e apresentou propostas para conciliar produção de alimentos com captura de carbono durante o Bloomberg Línea Summit Brasil 2025, em conversa moderada por Marcelo Sakate, editor-chefe da Bloomberg Línea.

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Tomazoni citou o agronegócio como modelo de setor que combina tecnologia, ciência e gestão sem depender de impulso governamental direto.

“O agro está liderando e não foi necessário que fosse impulsionado por agentes governamentais. O governo esteve do lado, apoiando o agro, mas quem liderou e quem está liderando são os empreendedores do agro”, afirmou.

O executivo posicionou a JBS como plataforma de desenvolvimento dos sistemas alimentares, com uma atuação que vai desde o pequeno produtor, com transferência de tecnologia e apoio à gestão, até o consumidor final.

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Segundo o executivo, a COP30 deve registrar a maior presença do setor privado na história das conferências climáticas da ONU.

“A COP30 é um encontro governamental, no entanto, deve ser esse ano a maior presença do setor privado numa COP, porque o setor privado é o grande executor das políticas”, disse o executivo.

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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas será realizada em Belém, no Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro. O evento reúne líderes governamentais de todo o mundo para negociar acordos e metas relacionadas ao combate às mudanças climáticas.

Tomazoni lidera a força-tarefa de sistemas alimentares no SB COP30, evento empresarial que antecede a conferência.

O grupo reúne CEOs de empresas globais e desenvolveu 14 propostas práticas após discussões com academia, institutos de pesquisa, ministros de países africanos e produtores brasileiros. As propostas buscam conciliar alimentação da população crescente com captura de carbono e enfrentamento da questão climática.

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O material desenvolvido para a COP30 foi apresentado ao ministro responsável e ao embaixador André Corrêa do Lago, coordenador da conferência no Brasil, além de ter sido levado à Bloomberg em Nova York.

Tomazoni também apresentou estratégias para agricultura sustentável na OMC (Organização Mundial do Comércio). Para ele, os desafios do combate à fome e às mudanças climáticas são globais e exigem soluções que transcendam fronteiras nacionais.

“Os grandes desafios globais, como o combate à fome e o combate às mudanças climáticas, são globais. Não podemos ficar restritos”, afirmou o CEO.

O executivo defendeu integração entre setor público, privado e academia de forma fluida, sem compartimentos isolados.

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