Petrobras se junta à onda de emissões de títulos no mercado internacional

Segundo uma pessoa que falou com a Bloomberg News, a estatal brasileira colocou em oferta notas denominadas em dólar com vencimento em cinco e dez anos; última oferta da empresa havia ocorrido um ano atrás

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Por Giovanna Belotti Azevedo - Vinícius Andrade
03 de Setembro, 2025 | 02:50 PM

Bloomberg — A Petrobras se juntou a uma onda de emissões de títulos de dívida no mercado internacional por empresas e governos.

A companhia está ofertando notas denominadas em dólar com vencimento em cinco e dez anos, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto, que falou com a Bloomberg News e pediu para não ser identificada por não estar autorizada a falar publicamente.

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As conversas iniciais apontam para rendimentos em torno de 5,7% e 6,9%, respectivamente, disse a pessoa.

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A venda ocorre em um momento em que outros emissores também acessam os mercados globais de crédito, aproveitando a retomada da atividade após o feriado do Dia do Trabalho americano.

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A Suzano está no mercado vendendo novos títulos com vencimento em 10 anos, enquanto a mineradora de cobre Antofagasta vendeu US$ 600 milhões em novos bonds na terça-feira.

A última oferta de títulos em dólar da Petrobras (PETR3; PETR4) foi há um ano, quando a companhia vendeu US$ 1 bilhão em dívida com vencimento em 2035.

Os rendimentos dessas notas recuaram cerca de 20 pontos-base, para 6,09%, desde então. Os recursos levantados com a venda atual serão usados para fins corporativos gerais, afirmou a empresa em um comunicado.

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Do Brasil à Arábia Saudita, diversos países também têm aproveitado o aumento do apetite por parte dos investidores.

Fundos dedicados a mercados emergentes registraram sua 19ª semana consecutiva de captações na semana encerrada em 27 de agosto, informou o Bank of America na sexta-feira, citando dados da EPFR Global.

O rendimento extra que os investidores exigem para carregar títulos soberanos de mercados emergentes em vez de títulos do Tesouro americano semelhantes está próximo dos níveis mais baixos desde o início de 2020, de acordo com dados do JPMorgan.

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“Setembro tem a reputação de ser um mês com mais volatilidade e estamos saindo de avaliações recordes em tudo”, disse Eduardo Ordonez, gestor de portfólio da BI Asset Management, em Copenhague. Os emissores estão aproveitando o momento “caso surja uma aversão ao risco”, segundo Ordonez.

Para a Petrobras, a venda vem em um momento em que a produtora de petróleo e suas concorrentes restringem investimentos em resposta aos preços mais baixos do petróleo.

A CEO Magda Chambriard prometeu reduzir os gastos para enfrentar o cenário desafiador de preços mais baixos do petróleo. A companhia deve reduzir o orçamento para exploração em seu próximo plano de gastos quinquenal, disse ela à Bloomberg News em agosto.

Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, Citi, Deutsche Bank, Itaú BBA, Banco Santander e UBS Group coordenam a emissão.

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