Inflação na Argentina desacelera para 1,5% em maio, menor nível desde a pandemia

Os preços ao consumidor subiram em maio versus abril abaixo da previsão mediana de 2% de economistas consultados pela Bloomberg: foi a menor leitura desde maio de 2020; taxa anual ficou em 43,5%

Javier Milei
Por Manuela Tobias
12 de Junho, 2025 | 04:50 PM

Bloomberg — A inflação mensal da Argentina desacelerou para o nível mais baixo desde o auge da pandemia, marcando uma vitória para o presidente Javier Milei antes de uma votação crucial de meio de mandato.

Os preços ao consumidor aumentaram 1,5% em maio em relação a abril, abaixo da previsão mediana de 2% dos economistas consultados pela Bloomberg, e a menor leitura desde maio de 2020. A inflação anual desacelerou para 43,5%, de acordo com dados do governo publicados na quinta-feira (12).

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Várias empresas de consultoria revisaram sua estimativa de maio depois que a cidade de Buenos Aires divulgou seus dados na segunda-feira. Os preços na capital aumentaram apenas 1,6% no mês, o menor valor desde junho de 2020.

A desaceleração em alimentos e bebidas foi impulsionada por fatores sazonais, incluindo a redução das chuvas, enquanto impostos mais baixos, falta de volatilidade cambial e descontos no varejo também ajudaram.

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É provável que os aumentos moderados de preços se estendam até julho, o início das férias de inverno, de acordo com uma nota da corretora one618.

  Fonte: Agência Nacional de Estatística da Argentina/Bloomberg

Em nível nacional, os preços dos alimentos subiram apenas 0,5% em maio, em comparação com o mês anterior.

A Argentina irá às urnas em outubro para votar em grande parte do congresso nacional, e a economia de Milei será o principal item da votação.

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Um bom resultado eleitoral para Milei poderia convencer os investidores cautelosos de que suas reformas pró-mercado são definitivas.

Em setembro, a província de Buenos Aires, que abriga quase 40% da população, também votará em seus representantes locais, mas suas implicações repercutirão em todo o país e nos mercados.

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Na segunda-feira, o banco central divulgou uma série de medidas destinadas a ajudar a nação sul-americana a acumular mais reservas em moeda forte.

A autoridade monetária informou que os títulos em moeda local agora podem ser comprados com dólares americanos e eliminou as exigências de tempo mínimo para que os investidores estrangeiros mantenham algumas notas argentinas.

O país fechou um acordo de recompra de US$ 2 bilhões com sete bancos internacionais na quarta-feira (11).

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As medidas consolidarão a redução da inflação e impulsionarão a estrutura monetária do país, disse o Fundo Monetário Internacional em uma coletiva de imprensa agendada regularmente na quinta-feira.

No final do mês, o FMI enviará uma missão técnica a Buenos Aires para avaliar o progresso do país em seu programa de US$ 20 bilhões até o momento, acrescentou a porta-voz Julie Kozack.

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