Bloomberg — A corretora de ativos digitais FalconX está expandindo sua atuação para a América Latina com uma busca para atender à crescente demanda institucional por criptomoedas na região.
A empresa está lançando seus serviços no Brasil, com parceiros iniciais como o BTG Pactual e o Mercado Bitcoin, do Mercado Livre. A iniciativa permitirá que mais instituições locais ofereçam negociação, crédito e custódia de ativos digitais.
A expansão ocorre em um momento em que bancos ao redor do mundo adotam cada vez mais ativos digitais, uma tendência acelerada pela eleição do presidente dos EUA, Donald Trump, que pressiona por uma legislação pró-criptomoedas. A América Latina não é exceção — a infraestrutura de criptomoedas está ganhando força na região em meio à evolução regulatória e às pressões macroeconômicas.
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“A América Latina é uma das regiões que mais cresce em adoção de criptomoedas”, disse Josh Barkhordar, chefe de vendas para as Américas da FalconX em Nova York, em entrevista à Bloomberg News. “Os marcos regulatórios implementados na região, somados às instituições com visão de futuro e aos motores econômicos reais, estão impulsionando a adoção de ativos digitais.”
O Brasil, em particular, emergiu como o líder em atividade institucional de criptomoedas na América Latina.
O país deu os primeiros passos em direção à regulamentação de ativos digitais, com o teste pelo Banco Central do real digital, conhecido como Drex, e órgãos reguladores do mercado trabalhando para integrar criptomoedas às estruturas financeiras existentes. A atividade institucional de criptomoedas no país aumentou 48% entre o último trimestre de 2023 e o início de 2024, segundo estudo da Chainalysis, empresa de análise de blockchain.
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Embora grande parte da atenção em torno da adoção institucional de criptomoedas esteja concentrada nos EUA — especialmente após a aprovação de ETFs de bitcoin à vista pela comissão de valores mobiliários dos EUA, a SEC, no ano passado — a expansão da FalconX reforça uma tendência global mais ampla. A entrada da empresa na América Latina segue movimentos semelhantes na Europa, Ásia e Oriente Médio, onde a corretora conquistou clientes entre bancos, hedge funds e gestoras de ativos.
“Estamos expandindo para essas regiões porque estamos observando uma demanda muito forte de instituições tradicionais, além de grandes volumes”, disse Barkhordar. “A tendência não está isolada na América Latina, e acreditamos que continuará globalmente, pois há claramente uma demanda que ainda não foi atendida.”
A FalconX foi fundada em 2018 e sua última avaliação foi de US$ 8 bilhões, quando captou US$ 150 milhões em 2022. Seus principais serviços incluem negociação, crédito e custódia de ativos digitais. Entre seus investidores estão a Tiger Global, o GIC e a B Capital.
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