Bloomberg — A primeira fábrica do mundo projetada para produzir combustível verde para aviação a partir do etanol deve começar a operar antes do final do ano, após vários atrasos, de acordo com a LanzaJet.
A instalação de US$ 200 milhões na zona rural da Geórgia, inicialmente programada para iniciar a produção comercial no ano passado, agora deve começar a operar no final de setembro, disse o CEO da LanzaJet, Jimmy Samartzis, em uma entrevista à Bloomberg News. O último atraso foi resultado de problemas com equipamentos, disse ele.
A LanzaJet, que recebeu fundos do governo dos EUA para construir a instalação, está sendo observada de perto como um barômetro do sucesso do nascente setor de etanol para jatos. A empresa importou etanol de cana-de-açúcar do Brasil no ano passado para a produção piloto, mas, mais de um ano depois, ainda não conseguiu vender seu combustível verde para jatos no mercado aberto.
Leia também: Etanol brasileiro para combustível de aviação é ameaçado por tarifas de Trump
“Minha esperança é que até o final do terceiro trimestre estejamos operando plenamente”, disse Samartzis. “As modificações que fizemos no equipamento que estava nos atrapalhando, sem relação com a tecnologia em si, devem satisfazer as nossas necessidades.”
Uma enxurrada de acordos entre companhias aéreas, fabricantes de combustível e empresas agrícolas foi anunciada desde 2021, quando o então presidente Joe Biden pediu 3 bilhões de galões de produção doméstica anual de combustível de aviação sustentável até o final desta década. Desde então, o mercado aumentou mais de sete vezes, chegando a 38,7 milhões de galões no ano passado, de acordo com dados do governo dos EUA.
O combustível verde para aviação, ou SAF, pode ser produzido a partir de uma série de matérias-primas. Mas a maior parte do etanol de milho americano não é de baixo carbono o suficiente para se qualificar para um crédito fiscal destinado a impulsionar a produção de combustíveis renováveis domésticos, conhecido como 45Z.
Leia também: Como o Brasil se tornou um imã de capital para o combustível verde de aviação
A nova lei também estabelece que o crédito fiscal só se aplica a produtores de SAF feitos com ingredientes da América do Norte. Isso está impedindo o uso do etanol de cana-de-açúcar do Brasil que a LanzaJet planeja usar.
Ainda assim, Samartzis disse que a produção na unidade de Soperton, Geórgia, começará com etanol brasileiro mesmo que a empresa não possa se beneficiar do crédito. Isso porque apenas uma pequena quantidade do produto americano atende ao limite exigido de reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa.
Leia também: Trump mira etanol do Brasil após crescimento alimentado por empresas dos EUA
A LanzaJet disse que planeja mudar para matérias-primas americanas o mais rápido possível, com Samartzis agora defendendo um limite de redução de emissões de até 30%. A fábrica da empresa na Geórgia produzirá 10 milhões de galões de SAF e diesel renovável por ano quando as operações forem iniciadas.
Veja mais em bloomberg.com
© 2025 Bloomberg L.P.