Com etanol do Brasil, LanzaJet prevê iniciar produção de SAF em setembro, diz CEO

Primeira fábrica do mundo projetada para produzir combustível de aviação verde a partir do etanol vai usar insumo brasileiro apesar de lei que restringe crédito ao uso de produtos da América do Norte

Primeira fábrica do mundo projetada para produzir combustível de aviação verde a partir do etanol vai usar insumo brasileiro apesar de lei que restringe crédito ao uso de produtos da América do Norte
Por Kim Chipman
17 de Julho, 2025 | 02:53 PM

Bloomberg — A primeira fábrica do mundo projetada para produzir combustível verde para aviação a partir do etanol deve começar a operar antes do final do ano, após vários atrasos, de acordo com a LanzaJet.

A instalação de US$ 200 milhões na zona rural da Geórgia, inicialmente programada para iniciar a produção comercial no ano passado, agora deve começar a operar no final de setembro, disse o CEO da LanzaJet, Jimmy Samartzis, em uma entrevista à Bloomberg News. O último atraso foi resultado de problemas com equipamentos, disse ele.

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A LanzaJet, que recebeu fundos do governo dos EUA para construir a instalação, está sendo observada de perto como um barômetro do sucesso do nascente setor de etanol para jatos. A empresa importou etanol de cana-de-açúcar do Brasil no ano passado para a produção piloto, mas, mais de um ano depois, ainda não conseguiu vender seu combustível verde para jatos no mercado aberto.

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“Minha esperança é que até o final do terceiro trimestre estejamos operando plenamente”, disse Samartzis. “As modificações que fizemos no equipamento que estava nos atrapalhando, sem relação com a tecnologia em si, devem satisfazer as nossas necessidades.”

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Uma enxurrada de acordos entre companhias aéreas, fabricantes de combustível e empresas agrícolas foi anunciada desde 2021, quando o então presidente Joe Biden pediu 3 bilhões de galões de produção doméstica anual de combustível de aviação sustentável até o final desta década. Desde então, o mercado aumentou mais de sete vezes, chegando a 38,7 milhões de galões no ano passado, de acordo com dados do governo dos EUA.

O combustível verde para aviação, ou SAF, pode ser produzido a partir de uma série de matérias-primas. Mas a maior parte do etanol de milho americano não é de baixo carbono o suficiente para se qualificar para um crédito fiscal destinado a impulsionar a produção de combustíveis renováveis domésticos, conhecido como 45Z.

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A nova lei também estabelece que o crédito fiscal só se aplica a produtores de SAF feitos com ingredientes da América do Norte. Isso está impedindo o uso do etanol de cana-de-açúcar do Brasil que a LanzaJet planeja usar.

Ainda assim, Samartzis disse que a produção na unidade de Soperton, Geórgia, começará com etanol brasileiro mesmo que a empresa não possa se beneficiar do crédito. Isso porque apenas uma pequena quantidade do produto americano atende ao limite exigido de reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa.

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A LanzaJet disse que planeja mudar para matérias-primas americanas o mais rápido possível, com Samartzis agora defendendo um limite de redução de emissões de até 30%. A fábrica da empresa na Geórgia produzirá 10 milhões de galões de SAF e diesel renovável por ano quando as operações forem iniciadas.

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