As empresas que mais alugaram escritórios em São Paulo no 1º trimestre

Taxa de vacância em escritórios de alto padrão em São Paulo continua a cair e já se iguala à média histórica recente, segundo consultoria SiiLA; veja quais mais devolveram

Maior mercado de escritórios segue em trajetória de recuperação com o fim da pandemia de covid-19
12 de Maio, 2023 | 04:50 AM

Bloomberg Línea — A retomada do mercado de escritórios em São Paulo nas regiões mais demandadas pelas empresas está ganhando tração. É o que revelam novos dados do maior mercado corporativo do país levantados pela consultoria SiiLA e divulgados com exclusividade pela Bloomberg Línea.

Entre janeiro e março deste ano, a taxa de vacância em escritórios de alto padrão em São Paulo ficou em 21,3%, segundo a SiiLA, uma redução de dois pontos percentuais em relação ao registrado no mesmo período do ano passado e em linha com a média histórica desde 2016.

Durante a pandemia, conta Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA, a taxa de escritórios vagos saiu de 15,4%, observada no primeiro trimestre de 2020, e chegou a 25% no terceiro trimestre de 2021.

A partir do quatro trimestre daquele ano, no entanto, com o avanço da campanha de vacinação e, consequentemente, a diminuição do número de casos de covid-19, a taxa de vacância voltou a cair. Foi um fenômeno alinhado ao retorno gradual no trabalho presencial e à acomodação do volume de espaços devolvidos por empresas inquilinas de escritórios corporativos, afirmou.

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A menor taxa de vacância no início deste foi ajudada, segundo Nicastro, pela falta de novos prédios comerciais. No período, a cidade não registrou entrada de novo estoque e a absorção líquida – que consiste na diferença do volume total de escritórios locados menos os devolvidos – ficou positiva pelo sexto trimestre consecutivo, com quase 3 mil metros quadrados de saldo positivo.

Os dois indicadores, junto com a absorção bruta (volume total de área locada), que foi de 54.841 metros quadrados, contribuíram para a redução da quantidade de escritórios vazios na cidade, apontou a SiiLA.

O preço médio pedido pelos donos dos imóveis comerciais vem aumentando gradualmente e ficou em R$ 92 o metro quadrado, em movimento de recuperação ante a queda observada no segundo trimestre de 2022, quando o valor médio praticado chegou a R$ 86,60 o metro quadrado.

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Empresas que mais ampliaram a locação

No primeiro trimestre, o Rabobank foi a empresa que mais locou espaços nas regiões CBD (Central Business District) de São Paulo (alto padrão: A+ e A), segundo levantamento da SiiLA. Ao todo, o banco holandês locou 3.654 metros quadrados na região da Chucri Zaidan, na zona sul de São Paulo.

Na sequência, vieram a empresa de dados Iron Mountain, que locou 2.769 metros quadrados na região da Marginal Pinheiros, e a Uber, com 2.767 metros quadrados na região de Pinheiros.

Maiores locações no trimestre

1. Rabobank: 3.654 m² na região da Chucri Zaidan;

2. Iron Mountain: 2.769 m² na região da Marginal Pinheiros;

3. Uber: 2.767 m² na região de Pinheiros;

4. Prefeitura de São Paulo: 2.475 m² na Marginal Pinheiros;

5. CBRE: 2.370 m² na Chucri Zaidan.

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E empresas que mais devolveram espaços

Do lado das devoluções, a consultoria e auditoria KMPG deixou uma área de 9.088 metros quadrados em escritórios no edifício EZ Tower, na região da Chucri Zaidan, para se mudar para um prédio reformado no mesmo bairro da Chácara Santo Antônio, enquanto a empresa brasileira de software Linx - que pertence à Stone - veio em seguida ao devolver uma área de 4.154 metros quadrados em Pinheiros.

Maiores devoluções no trimestre

1. KMPG: 9.088 m² na Chucri Zaidan;

2. Linx: 4.154 m² em Pinheiros;

3. Santander: 3.259 m² em Santo Amaro;

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4. Grupo Dasa: 2.111 m² em Pinheiros;

5. Auren Energia: 1.731 m² em Pinheiros

Liderança da Faria Lima

A região de escritórios de alto padrão mais demandada e com menor taxa de vacância é a da Faria Lima, o centro financeiro do país, que reúne bancos de investimento, escritórios de advocacia e gestoras. Os prédios comerciais mais caros da região têm valores acima de R$ 250 por metro quadrado, segundo levantamento da consultoria Cushman & Wakefield, segundo apontou a Bloomberg Línea.

Nessa região, a taxa de vacância chega a 6,3%, que deverá se manter em patamares considerados baixos devido à perspectiva de poucos lançamentos até 2026.

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“Muitos [projetos] podem atrasar por inúmeras variáveis e as entregas não devem ultrapassar os 20 mil metros quadrados, o que não traz um real alívio para a vacância da região. Ainda que a economia tenha passado por um ‘engasgo’ no pós-pandemia em relação ao PIB, o apetite continua forte na Faria Lima”, disse Daniel Battistella, diretor geral de Commercial Real Estate da Cushman & Wakefield no Brasil.

Ele destacou que, em muitos casos, o baixo nível de vacância é rapidamente absorvido pelos próprios ocupantes do prédio. “O proprietário não chega sequer a ter o trabalho de procurar novos inquilinos.”

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- Com a colaboração de Juliana Estigarríbia.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.