Barcelona, Espanha — Depois de avaliarem os principais balanços de gigantes de tecnologia e bancos, os investidores se debruçam hoje sobre os dados de inflação e mercado de trabalho, para ajustarem as expectativas em relação à decisão do Federal Reserve (Fed), na próxima semana.
Os futuros de índices dos Estados Unidos recuavam, assim como as bolsas europeias, ambas reagindo ao pessimismo nas previsões de algumas empresas e também à perspectiva de mais aumentos de juros. Nas negociações em bolsas da Ásia, o sinal foi positivo, com forte alta do Nikkei após a manutenção da taxa negativa de juros pelo Banco do Japão (BoJ).
No mercado de dívida, o prêmio do título norte-americano para 10 anos recuava para 3,470% às 6h29 (horário de Brasília). O dólar se apreciava ante outras divisas, enquanto o euro e a libra de depreciavam. O bitcoin recuava, assim como o ouro e os contratos de petróleo WTI.
→ O que move os mercados hoje
⬆️ Mais juros. Enquanto isso, a perspectiva do mercado em pesquisa feita pela Bloomberg mostra que o Banco Central Europeu (BCE) reduzirá o ritmo de alta do juros para 0,25 ponto percentual na próxima semana, seguidos de outros dois movimentos de igual proporção em junho e julho, levando o juro a 3,75% ao ano, para então começar a reduzir em outubro.
⏫ E mais inflação. No Reino Unido, pesquisa deste mês feita pelo Lloyds mostrou que 61% das empresas planejam elevar preços, colocando ainda mais lenha na fogueira da inflação, que segue em dois dígitos há sete meses e deve continuar exigindo novos aumentos de juros do Banco da Inglaterra (BoE).
⏳ Juro (ainda) negativo. Em sua primeira reunião sob o comando de Kazuo Ueda, o Banco do Japão (BoJ) manteve inalterada sua taxa de juros de curto prazo em -0,1%, mas anunciou uma revisão de sua política monetária expansiva que pode levar 18 meses. O Nikkei avançou 1,4% e o iene se desvalorizou cerca de 1,3%.
🤿 Busca de oxigênio. A tensão em torno do First Republic Bank segue no ar, pois ainda não há solução para sua necessidade de capital. O relatório mais recente do Fed mostra que os bancos aumentaram os empréstimos de emergência pela segunda semana consecutiva, somando US$ 155,2 bilhões na semana até 26 de abril, ante US$ 143,9 bilhões na semana anterior.
👁️ Olho nas previsões. Apesar de apresentar um balanço melhor do que o previsto no primeiro trimestre, as ações da Amazon recuavam ao redor de 2% na pré-abertura do mercado depois que a empresa avisou que a expansão dos negócios de computação na nuvem, sua divisão mais lucrativa, continuou desacelerando em abril. Já os papéis da Intel sobem quase 5% ante a perspectiva de que a fabricante de chips cumpra a previsão de recuperação no segundo semestre deste ano.
💵 Força de investimento. O Deutsche Bank anunciou a compra da boutique inglesa de investimentos Numis Corp por US$ 512 milhões, o que representa um prêmio de 72% em relação ao preço da ação no fechamento da véspera. A intenção é combinar os negócios de finanças corporativas existentes do Deutsche Bank no Reino Unido e na Irlanda com a Numis para criar “uma força líder” em investimento no Reino Unido.
🚴♂️ Resiliência europeia. A Zona do Euro cresceu +0,1% no primeiro trimestre, menos do que a média de previsões coletadas pela Bloomberg. França (+0,2%) e Itália (+0,5%) se recuperaram de leituras negativas nos últimos trimestre de 2022, enquanto Espanha (+0,5%) e Portugal (+1,6%) ganharam força. Já a Alemanha estagnou. A inflação também mostrou resistência em abril, acelerando para +6,9% na França e +3,8% na Espanha.
🚘 Luxo em alta. Com a carteira de pedidos forte, a Mercedes-Benz acredita que suas margens de lucro neste ano fiquem no limite superior de sua faixa de previsão, de 12% a 14%, mas abaixo da expansão de 14,6% de 2022. A empresa tem se dedicado mais às vendas de seus modelos de luxo e aponta uma demanda mais forte nos EUA e na China do que na Europa.
🛢️ Demanda fraca. Os preços do petróleo se orientam para fechar o sexto mês seguido com desvalorização, a mais longa sequência de baixa em oito anos, gerada pela perspectiva de deterioração da economia e do consumo nos EUA. Além disso, na Ásia, onde a demanda chinesa ainda se vê enfraquecida.
🔱 Também em minério. Essas mesmas variáveis pesam também sobre os contratos futuros de minério de ferro, que devem ter neste mês a maior queda mensal, de quase 17%, desde outubro. O metal desvalorizou ainda mais depois que a Vale disse que seus clientes estão em “modo de espera” para ver uma reação do setor imobiliário chinês.
🟢 As bolsas ontem (27/04): Dow Jones Industrials (+1,57%), S&P 500 (+1,96%), Nasdaq Composite (+2,43%), Stoxx 600 (+0,18%), Ibovespa (+0,60%)
O mercado acionário norte-americano foi impulsionado por forte valorização no setor de tecnologia, especialmente da Meta. Ficaram em segundo plano a desaceleração econômica apontada pelo PIB do país no primeiro trimestre e uma inflação acima do esperado no mesmo período.
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Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice de Preços PCE/Mar, Índice do Custo do Emprego/1T23, Renda e Gastos Pessoais/Mar, Confiança do Consumidor-Univ. Michigan/Abr
• Europa: Zona do Euro (PIB/1T23); Alemanha (Taxa de Desemprego/Abr, IPC/Abr, PIB/1T23, Preços de Bens Importados/Mar); França (PIB/1T23, Gastos dos Consumidores, IPC/Abr, IPP/Mar); Itália (PIB/1T23, Vendas da Indústria/Fev); Espanha (IPC/Abr, PIB/1T23, Transações Correntes/Fev); Portugal (PIB/1T23, IPC/Abr)
• Ásia: Japão (Construção de Casas Novas/Mar, Encomendas de Construção/Mar)
• América Latina: Brasil (IBC-Br, IPP/Mar, Taxa de Desemprego, Balanço Orçamentário/Mar, Receita Tributária); México (PIB)
• Balanços: Exxon Mobil, Chevron, Itaú, Daimler, Colgate-Palmolive
🗓️ Os eventos de destaque na semana →
(Com informações da Bloomberg News)
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