Não haverá ‘game over’ para a inflação?

Também no Breakfast: Mercados reticentes, à espera de dados para inferir sobre política do Fed; Como investir no novo cenário visto pelo BC e É possível parar de usar plástico – você pode começar aos poucos

Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

O ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida acredita que a pressão de preços no Brasil deve permanecer, independente do resultado das eleições presidenciais.

Em rara entrevista, e antes da divulgação do Comitê de Política Monetária (Copom) arbitrar sobre os juros, ele pontuou que o problema é que o ICMS vai subir novamente enquanto os gastos sociais permanecerão, no mínimo, nos níveis atuais, independentemente se Jair Bolsonaro ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer a eleição.

“Está se preparando para o ano que vem um aumento do tamanho do problema, porque uma das fontes de contenção de preços, que foi a redução do ICMS, vai desaparecer, o que complica o trabalho do Banco Central mais à frente”, disse Arida à Bloomberg News em entrevista em seu apartamento em São Paulo.

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Ex-sócio do BTG Pactual (BPAC11), Arida também foi assessor econômico do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin na campanha presidencial de 2018, agora companheiro de chapa de Lula. Ele disse que não faz parte da equipe de economistas que assessora o ex-presidente, embora mantenha conversas com interlocutores da campanha.

Leia também: Copom eleva Selic para 13,75% e sinaliza nova alta, mas de menor magnitude

ICMS vai subir novamente enquanto gastos sociais devem permanecer em 2023, independentemente do próximo presidente, afirma ex-presidente do Banco Centraldfd

Na trilha dos Mercados

Duas forças movem o ímpeto dos investidores. De um lado, a surpresa positiva com indicadores macroeconômicos e balanços empresariais os tentam a posições de maior risco. De outro, as expectativas (renovadas) de que o Federal Reserve (Fed) seguirá firme na alta de juros os levam a pisar no freio.

⏳ À espera de dados. Até que se conheçam novos dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, programados para amanhã, os investidores ficarão reticentes. Se a situação laboral permanecer forte, dará mais argumentos para o Fed seguir com uma política monetária mais restrita para domar uma inflação teimosamente alta.

🆙 Para o alto, again. Hoje o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) define a trajetória de alta dos juros, iniciada no final de 2021. Deve aplicar um aumento mais forte ao custo do dinheiro, de 0,50 ponto percentual, para 1,75%, o que seria o maior acréscimo desde 1995. Tudo para debelar uma inflação que se aproxima dos 10% e um cenário de salários crescentes.

🛣️ A rota das empresas. No mais, os balanços continuam a indicar caminho aos mercados. Estão previstas para hoje cifras de quase 50 empresas do S&P 500 e cerca de 30 do índice europeu Stoxx 600. O lucro por ação das quase 400 companhias do S&P 500 que já divulgaram os resultados do segundo trimestre subiu 7,4% ano a ano, acima dos 4,1% estimados no começo da temporada.

Mais detalhes no Radar dos Mercados

Um panorama do começo da manhãdfd
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+1,29%), S&P 500 (+1,56%), Nasdaq Composite (+2,59%), Stoxx 600 (+0,51%), Ibovespa (+0,40%)

As bolsas norte-americanas se recuperaram após dois dias consecutivos de queda, apoiadas por fortes dados econômicos e alguns balanços trimestrais. Por um lado, o índice de serviços ISM subiu para 56,7, acima da expectativa dos analistas, e as encomendas das fábricas dos EUA subiram 2,0%, sinalizando que a economia ainda não estagnou. Os balanços apresentados esta semana também ajudaram a impulsionar as ações de tecnologia. Os preços do petróleo caíram com sinais de que a demanda de gasolina nos EUA está começando a diminuir, em meio aos altos custos e sinais de recessão.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Demissões Anunciadas Challenger/Jul, Balança Comercial/Jul

Europa: Alemanha (Encomendas à Indústria/Jun); Reino Unido (PMI Construção)

América Latina: México (Confiança do Consumidor)

Ásia: Japão (Rendimento Médio do Trabalhador, Gastos Domésticos/Jun)

Bancos centrais: Decisão de política monetária do Bank of England (BoE) e entrevista de seu presidente, Andrew Bailey. Relatório Econômico do BCE. Pronunciamentos de Loretta Mester (Fed/FOMC) e Frank Elderson (BCE)

Balanços do dia: Alibaba, Eli Lilly, Toyota, Intercontinental Exchange, ConocoPhillips, Merck, Novo Nordisk, Bayer, Glencore, Cigna, Rolls-Royce, adidas, Lyft, Expedia, Deutsche Lufthansa, Warner Bros Discovery, Vertex Pharmaceuticals, DoorDash, Atlassian, Amgen, Block, EOG, Kellogg, AMC

📌 Para amanhã:

EUA: Relatório de Emprego/Jul

Destaques da Bloomberg Línea

Ataque hacker atinge cerca de 8.000 carteiras da rede cripto Solana

Cielo: alta de 100% da ação no ano e troca de CEO. Bancos dizem o que esperar

Supercarros da Ferrari estão prestes a ficar ainda mais caros

Iguatemi e Multiplan contam como planejam ampliar receitas até o fim do ano

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Selic a 13,75% ao ano e subindo: como investir no novo cenário visto pelo BC • Volpon: BC quer parar Selic a 13,75%, mas exterior não permite • Mercado Livre supera expectativas com receita recorde de US$ 2,6 bilhões • Pelosi sugere que ira da China com visita é motivada por gênero

• Opinião Bloomberg: Será que a gigante Estée Lauder deseja entrar para o ramo da moda?

• Pra não ficar de fora: É possível parar de usar plástico – você pode começar aos poucos

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe