Startups da América Latina ainda seduzem

Também no Breakfast: Mercados entram em julho avessos ao risco; Startup Byju’s, avaliada em US$ 22 bilhões, demite centenas no mundo e Como estes CEOs casados promovem a diversidade no mercado tech da AL

Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

As empresas de capital aberto sofreram um grande reajuste em seus valuations, o que afeta as empresas de capital fechado. Entretanto, mesmo diante de uma tendência de queda nas avaliações e em meio à cautela entre os capitalistas de risco, o diretor de venture capital da Associação para Investimento de Capital Privado na América Latina (LAVCA, na sigla em inglês), Carlos Ramos de la Vega, diz que segue otimista com o que o futuro reserva ao setor.

Em entrevista à Bloomberg Línea, Ramos afirma que o impacto desta crise será mais pronunciado em startups em estágios avançados de investimento, o que coincide com o que dizem os especialistas no espaço empreendedor, que também preveem consequências menores para startups em estágios iniciais.

Ele justifica o seu otimismo por vários fatores: entre eles a maior disponibilidade financeira de fundos locais e a maturidade operacional dos empreendedores. Além disso, segundo Ramos, também ajuda o fato de que várias empresas internacionais de capital de risco estejam lançando fundos focados na América Latina, principalmente em São Paulo e na Cidade do México.

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✳️ O primeiro trimestre deste ano foi o quarto maior em termos de investimento de venture capital na América Latina. Nos primeiros meses de 2022, foram investidos US$ 2,8 bilhões em 190 transações.

Leia a matéria completa: Por que investidores ainda estão otimistas com startups da América Latina

Companhias da região receberam investimento recorde no primeiro trimestre, mantendo otimismo quanto ao crescimento e à resiliênciadfd

Na trilha dos Mercados

Os mercados voltaram a amanhecer avessos ao risco, à espera de novos dados que corroborem (ou não) a expectativa cada vez mais estendida de que uma recessão estaria por vir.

👁️ De olho na macro. Há três classes de dados que chamarão a atenção hoje. Os indicadores de gerentes de compras PMI vão esclarecer como está a pulsação do setor manufatureiro em diversas partes do globo. A inflação europeia, que segundo o mercado pode subir de 8,1% a algo em torno de 8,5% em junho, dará uma pista sobre a política de alta dos juros sinalizada pelo Banco Central Europeu (BCE). E finalmente tem o índice ISM nos Estados Unidos, um importante termômetro da indústria, com expectativas de produção, novos pedidos, estoques, empregos e entregas. Espera-se que caia em junho para 54,9, contra 56,1 na última leitura.

🚦 Cautela enquanto espera. Os mercados começam julho com volatilidade e novas quedas. As expectativas com relação aos novos indicadores macro e os temores de que o caminho a uma recessão está sendo pavimentado levam os investidores a refugiar-se. Enquanto a renda variável cai na Europa e nos EUA, os títulos do Tesouro norte-americano a 10 anos ganhavam valor, com prêmio inferior a 3% - o mais baixo desde o início de junho.

🪂 Queda livre. As ações e os bônus tiveram os piores retornos para um primeiro semestre desde 1970. Dados de gastos de consumo e inflação nos EUA abaixo do esperado reforçaram a visão de que as altas acentuadas dos juros pelo Federal Reserve (Fed) devem provocar uma recessão. Em Wall Street, as quedas acumuladas no semestre foram de 20,5% para o S&P 500, de 15,31% para o Dow Jones Industrial e de 29,51% para o Nasdaq Composite.

Primeira manhã do mês no vermelhodfd
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-0,82%), S&P 500 (-0,88%), Nasdaq Composite (-1,33%), Stoxx 600 (-1,50%), Ibovespa (-1,08%)

Nos EUA, as bolsas tiveram dificuldade em manter os ganhos. O índice S&P 500 teve seu pior primeiro semestre desde 1970, enquanto o Nasdaq 100, com grande exposição ao setor de tecnologia, perdeu quase um terço de seu valor este ano, apagando cerca de US$ 5,4 trilhões em uma liquidação que deixou poucas ações ilesas. No Brasil, o Ibovespa foi afetado pelo cenário externo e também pelos riscos fiscais, que vieram à tona com as pressões para reduzir os preços dos combustíveis e com propostas de novos auxílios.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriado: Hong Kong

Indicadores PMIs: Estados Unidos, Zona do Euro, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Espanha, Brasil, México

EUA: Gastos de Construção/Mai, Índice ISM de Novos Pedidos no Manufatureiro/Jun, Preços no Setor Manufatureiro ISM/Jun

Europa: Zona do Euro (IPC/Jun); França (Balanço Orçamentário do Governo/Mai); Reino Unido (Crédito ao Consumidor BoE/Mai); Itália (IPC/Jun)

América Latina: Brasil (IPP/Mai, Empréstimos Bancários/Mar), Balanço Orçamentário/Mai), Balança Comercial/Jun)

Destaques da Bloomberg Línea

Uruguai deve importar carne brasileira

Novas denúncias contra ex-presidente da Caixa incluem casos de assédio moral

Startup Byju’s, avaliada em US$ 22 bilhões, demite centenas no mundo

Como estes CEOs casados promovem a diversidade no mercado tech da América Latina

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Fleury quer manter alavancagem confortável após aquisição de Pardini, diz CEO • Startup de aluguel de motos atrai hedge funds e capta US$ 40 milhões • Nasdaq caminha para seu pior ano com fim da era de juros baixos • Cenário pede juros mais altos por mais tempo, dizem estrategistas brasileiros

• Opinião Bloomberg: Credit Suisse endurece controles de compliance e expõe falhas

• Pra não ficar de fora: Veja as novidades que a Apple deve apresentar no segundo semestre

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe