Ibovespa perde os 98 mil pontos na mínima com mau humor global

Principal índice da Bolsa de São Paulo deve fechar o mês com perda acumulada de cerca de 11%

Se fechasse agora, o Ibovespa acumularia queda mensal de 11% em junho
30 de Junho, 2022 | 01:47 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) mantém a queda vista pela manhã, em sessão de perdas para os principais índices acionários globais, depois que autoridades dos principais bancos centrais do mundo emitiram alertas sobre a inflação e alimentaram a preocupação de que a política agressiva de aperto monetário pode terminar em uma recessão.

As novas quedas reforçam o pior primeiro semestre em décadas para os principais índices de ações em Nova York. Por aqui, o Ibovespa chegou a perder o patamar dos 98 mil pontos e tocou os 97.850 pontos na mínima do dia. Se fechasse agora, o índice acumularia queda mensal de 11% em junho.

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O sentimento de aversão ao risco contribuía para uma valorização do dólar ante o real, que subia 0,30%, com investidores buscando um “porto seguro” diante da incerteza.

Os dados também são monitorados de perto. A taxa de desemprego no Brasil caiu mais do que o esperado, seguindo a criação de empregos e se somando aos sinais de que a maior economia da América Latina vem se recuperando desde o início do ano, em meio ao aquecimento da corrida presidencial.

A taxa de desemprego caiu para 9,8% nos três meses até maio, de acordo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (30), abaixo da estimativa de 10,2% dos economistas em pesquisa da Bloomberg. A taxa é a menor desde janeiro de 2016. No trimestre encerrado em abril, a taxa estava em 10,5%.

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Confira o desempenho dos mercados nesta quinta-feira (30):

  • Por volta das 13h40 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,46%, a 99.165 pontos
  • O dólar à vista caía 0,30%, negociado a R$ 5,20;
  • Nos EUA, o Dow Jones caía 0,38%, o S&P 500, 0,20% e o Nasdaq, 0,35%

Contexto global

Durante o fórum anual do Banco Central Europeu em Portugal, as autoridades contemplaram o novo manual de política que pode ser necessário em um novo mundo de preços em alta.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e seus colegas na Europa e no Reino Unido alertaram que a inflação será mais duradoura. A visão de que os bancos centrais precisam agir rápido nas taxas porque julgaram mal a inflação agitou os mercados neste ano, com as ações globais prestes a fechar seu pior trimestre desde os três meses encerrados em março de 2020.

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Os traders aumentaram as apostas de que a economia global vai ceder sob as campanhas de aperto do banco central – e que os formuladores de políticas acabarão recuando.

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.