Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) mantém a queda vista pela manhã, em sessão de perdas para os principais índices acionários globais, depois que autoridades dos principais bancos centrais do mundo emitiram alertas sobre a inflação e alimentaram a preocupação de que a política agressiva de aperto monetário pode terminar em uma recessão.
As novas quedas reforçam o pior primeiro semestre em décadas para os principais índices de ações em Nova York. Por aqui, o Ibovespa chegou a perder o patamar dos 98 mil pontos e tocou os 97.850 pontos na mínima do dia. Se fechasse agora, o índice acumularia queda mensal de 11% em junho.
O sentimento de aversão ao risco contribuía para uma valorização do dólar ante o real, que subia 0,30%, com investidores buscando um “porto seguro” diante da incerteza.
Os dados também são monitorados de perto. A taxa de desemprego no Brasil caiu mais do que o esperado, seguindo a criação de empregos e se somando aos sinais de que a maior economia da América Latina vem se recuperando desde o início do ano, em meio ao aquecimento da corrida presidencial.
A taxa de desemprego caiu para 9,8% nos três meses até maio, de acordo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (30), abaixo da estimativa de 10,2% dos economistas em pesquisa da Bloomberg. A taxa é a menor desde janeiro de 2016. No trimestre encerrado em abril, a taxa estava em 10,5%.
Confira o desempenho dos mercados nesta quinta-feira (30):
- Por volta das 13h40 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,46%, a 99.165 pontos
- O dólar à vista caía 0,30%, negociado a R$ 5,20;
- Nos EUA, o Dow Jones caía 0,38%, o S&P 500, 0,20% e o Nasdaq, 0,35%
Contexto global
Durante o fórum anual do Banco Central Europeu em Portugal, as autoridades contemplaram o novo manual de política que pode ser necessário em um novo mundo de preços em alta.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e seus colegas na Europa e no Reino Unido alertaram que a inflação será mais duradoura. A visão de que os bancos centrais precisam agir rápido nas taxas porque julgaram mal a inflação agitou os mercados neste ano, com as ações globais prestes a fechar seu pior trimestre desde os três meses encerrados em março de 2020.
Os traders aumentaram as apostas de que a economia global vai ceder sob as campanhas de aperto do banco central – e que os formuladores de políticas acabarão recuando.
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