Gestores aumentam projeções para o Ibovespa com rali de commodities, mostra BofA

Pesquisa do banco americano mostra que 71% veem o índice da Bolsa brasileira acima dos 120 mil pontos em dezembro

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Bloomberg Línea — O contexto macroeconômico de valorização das commodities e a grande exposição da Bolsa brasileira ao setor têm atraído investidores ao redor do mundo e contribuído para expectativas mais otimistas para o principal índice de renda variável do país, o Ibovespa (IBOV).

Segundo pesquisa “LatAm Fund Manager Survey” feita pelo Bank of America com gestores de fundos de investimento em abril deste ano, as expectativas para o Ibovespa aumentaram e agora 71% veem o índice de renda variável da Bolsa brasileira acima dos 120 mil pontos, ante 61% no levantamento anterior.

O percentual que aposta em maiores ganhos para o Ibovespa também cresceu, com quase 40% vendo o índice negociado acima dos 130 mil pontos, contra cerca de 20% anteriormente. Isso implicaria alta de 11,2% ante o fechamento do pregão de segunda-feira (11).

Foi o caso do próprio BofA, que elevou, na semana passada, suas projeções para o Ibovespa ao fim do ano, de 125 mil para 135 mil pontos, de forma a incorporar o impacto de estimativas de ganhos mais altos para ações de commodities e bancos. Na avaliação do banco americano, o Brasil deve continuar a ser um importante destino de investidores nos mercados emergentes devido ao peso de nomes considerados “de valor”.

Com relação à taxa Selic, o levantamento do BofA mostra que 65% dos gestores veem a taxa básica de juros encerrando o ano entre 12% e 12,75% ao ano. O banco espera uma Selic de 13,25% ao fim do ciclo de aperto monetário, que estima ser em junho de 2022.

Por fim, em relação às expectativas para o real, a maior parte dos entrevistados veem uma divisa mais valorizada ante o dólar, com 68% projetando um real negociado abaixo de R$ 4,80 em dezembro deste ano. No levantamento de março, a fatia de participantes que compartilhavam dessa visão era de 23%.

América Latina

De acordo com o BofA, apenas 3% dos entrevistados disseram estar tomando risco acima do normal – o menor patamar desde o início da pesquisa, em 2018. O percentual também está abaixo da média histórica, de 25%. Mesmo assim, 48% disseram que planejam ampliar a alocação em ações, acima da média histórica, de 34%.

Para os gestores, os principais riscos na América Latina são o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e preocupações com o mercado na China e para commodities.

Entre as maiores posições overweight (acima da média do mercado) estão os setores de energia, materiais e consumo discricionário. Os gestores na América Latina, contudo, estão mais underweight (abaixo da média do mercado) em consumo discricionário e no setor de telecomunicações do que estão overweight.

Já a preferência dos investidores consultados recai sobre empresas de valor e consideradas “de alta qualidade”, bem como expostas a commodities e exportadoras, embora conversas recentes do BofA com investidores tenham mostrado algum interesse em nomes de crescimento.

O estudo “LatAm Fund Manager Survey”, conduzido pelo Bank of America, foi realizado neste início de abril e contou com a participação de 31 gestores, com cerca de US$ 60 bilhões sob gestão.

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