Dólar cai a R$ 4,66 e Ibovespa retoma 121 mil pontos, maior patamar desde agosto

After Hours: Mercados repercutiram relatório de emprego dos Estados Unidos, que sinalizou um mercado de trabalho robusto

After hours
01 de Abril, 2022 | 05:39 PM

Bloomberg Línea — Boa noite! Este é o After Hours - o seu resumo diário do que aconteceu no mercado. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

O dólar renovou as mínimas nesta sexta-feira (1) e fechou o pregão em baixa de 1,72%, aos R$ 4,66, no menor patamar em dois anos. O movimento aconteceu em um dia de ganhos para as bolsas mundiais. Por aqui, o Ibovespa (IBOV) subiu 1,31%, aos 121.570 pontos, no maior patamar para o índice desde agosto de 2021.

“Acreditamos que podemos testar estes patamares no curto prazo, mas os dois vetores que forçam o dólar para baixo, a saber, commodities em alta e Selic em alta, tendem a se acomodar. No caso de commodities, uma eventual diminuição do conflito no leste europeu pode distensionar os materiais básicos e, no caso dos juros locais, podemos ver o fim do ciclo já em maio”, destacou André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Os mercados repercutiram o relatório de emprego dos Estados Unidos, que reforçou o argumento do Federal Reserve, o banco central americano, de usar aumentos agressivos das taxas de juros para combater a inflação.

PUBLICIDADE

Entre os destaques da Bolsa brasileira estiveram os papéis de varejistas e aqueles ligados à tecnologia, impulsionadas pela baixa da divisa americana e dos juros.

Os maiores ganhos vieram de Méliuz (CASH3), que subiu 9,4%, Cielo (CIEL3), que avançpu 8%. As ações de Banco Inter (BIDI11) e Magazine Luiza (MGLU3) também estiveram entre as maiores altas, com valorização de 7,8% e 7,7%, respectivamente.

Na ponta oposta, lideraram as perdas Suzano Papel (SUZB3), que caiu 1,7%, e Klabin (KLBN11), com baixa de 1,6%.

PUBLICIDADE

As ações de Petrobras (PETR3; PETR4) também cederam, 0,03% (ON) e 1,32% (PN), em um dia de baixa da ordem de 1% para o petróleo tipo WTI, negociado abaixo dos US$ 100 o barril.

Confira como fecharam os mercados nesta sexta-feira (1):

Quadro externo

Os mercados repercutiram hoje os dados de emprego divulgados nesta manhã, que mostraram a criação de quase meio milhão de vagas nos Estados Unidos em março e uma queda acima do esperado na taxa de desemprego. O resultado sinaliza um mercado de trabalho robusto que provavelmente apoiará o aperto agressivo do Federal Reserve nos próximos meses.

Os payrolls não-agrícolas aumentaram 431.000 no mês passado, após um ganho de 750.000 revisado para cima em fevereiro, segundo o relatório do Departamento do Trabalho. A taxa de desemprego caiu para 3,6%, perto do mínimo pré-pandemia, e a taxa de participação na força de trabalho aumentou. Já os ganhos salariais aceleraram.

A estimativa mediana de uma pesquisa da Bloomberg com economistas previa um avanço de 490 mil nos payrolls e que a taxa de desemprego caísse para 3,7%.

“Embora o relatório de emprego de hoje tenha sido um pouco mais brando do que o esperado, ele ainda mostra um mercado de trabalho fumegante”, disse Seema Shah, estrategista-chefe da Principal Global Investors, à Bloomberg. “Os vestígios finais da covid-19 estão perto de serem totalmente erradicados dos dados econômicos dos EUA – a taxa de desemprego está apenas um pouco acima do nível pré-pandemia e o número de pessoas em demissão temporária está de volta ao que era antes de março de 2020.”

Os investidores começam hoje um novo trimestre se perguntando se os combates na Ucrânia, o isolamento da Rússia e a virada cada vez mais agressiva do Fed gerarão ainda mais volatilidade e perdas para ações e títulos. As matérias-primas são a única classe de ativos-chave a apresentar grandes ganhos até agora em 2022, já que as ações globais terminaram o trimestre com sua primeira perda desde o mercado baixista da pandemia.

PUBLICIDADE

Leia também:

Vibra, UOL e Corinthians: três contratos de naming rights de 2022

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.