Barcelona, Espanha — Todas as incertezas deflagradas pelos ataques da Rússia à Ucrânia estão fazendo o mercado convulsionar. A renda variável opera em queda livre, com alguns dos principais índices com quedas de 20% em relação aos seus máximos. Os preços do petróleo experimentam um rali descomunal, o barril tipo Brent encostando nos US$ 140, devido às negociações, encabeçadas pelos Estados Unidos, para proibir a compra de petróleo e outras matérias-primas energéticas da Rússia.
Os altos preços da energia ameaçam estagnar o crescimento global, um risco que está sacudindo os mercados. Outras commodities, como o gás, o paládio e o cobre, atingem máximos históricos. A busca por refúgio leva o ouro a superar os US$ 2 mil a onça. Os futuros de índices norte-americanos recuam, com destaque para a queda das ações de companhias aéreas nas operações pré-mercado. Na Europa, os bancos lideram as perdas, enquanto as empresas de defesa ganham com a escalada da guerra na Ucrânia.
📊 Dados importantes
A semana conta com dados cruciais para o mercado financeiro - relatório de inflação nos Estados Unidos e decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), ambos na quinta-feira. Mas perto do impacto da guerra, o protagonismo destes dados ganha um novo contorno. A economia global já estava lutando com uma inflação alta devido à pandemia. O Federal Reserve e outros bancos centrais chave enfrentam agora a difícil tarefa de apertar a política monetária para conter o custo do dinheiro sem prejudicar o crescimento econômico, ainda que estas medidas podem não surtir efeito sobre a recente escalada dos preços do petróleo.
🚫 De um lado...
O governo dos Estados Unidos está explorando um projeto de lei que proibiria a importação de petróleo e produtos energéticos russos, um movimento que poderia aumentar a pressão econômica sobre a Rússia. Caso não consiga convencer seus aliados europeus, a administração Biden cogita fazer a mudança por conta própria, disseram à Bloomberg duas pessoas familiarizadas com o assunto.
🔴 ... E de outro
Porém, o ministro chinês de Relações Exteriores Wang Yi defendeu nesta segunda-feira os laços de seu país com a Rússia, dizendo que a discórdia foi “semeada por terceiros”. O presidente russo Vladimir Putin reiterou durante o fim de semana que a guerra continuará até que a Ucrânia aceite suas exigências, diminuindo as esperanças de um acordo.
✋🏽 Sanções e debandada de empresas
Cada vez mais empresas optam por suspender suas operações na Rússia, incluindo a gigante de streaming Netflix Inc. e o serviço de mídia social TikTok, que é de propriedade da China - ByteDance Ltd. Na Rússia, o presidente Vladimir Putin assinou um decreto que permite ao governo e às empresas pagar os credores estrangeiros em rublos, procurando evitar a inadimplência enquanto os controles de capital permanecem em vigor.
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⚠️ Aversão ao risco
O mercado se depara com a dificuldade de traçar cenários, sobretudo depois de que a guerra escalou para ameaças nucleares. Não se pode mensurar o impacto de um eventual desabastecimento de commodities energéticas pela Rússia na inflação e nas economias globais. A escalada das cotações nos mercados internacionais não deixa outra opção senão antever uma forte pressão sobre os preços aos consumidor. Mas um aumento das taxas de juros não seria o remédio mais adequado para sanar este tipo inflação. A única certeza, neste momento, é de que os mercados trabalharão com muita pressão e volatilidade.
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🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow (-0,53%), S&P 500 (-0,79%), Nasdaq (-1,66%), Stoxx 600 (-3,56%), Ibovespa (-0,60%)
A guerra na Ucrânia intensificou a aversão ao risco, com os investidores temendo os seus efeitos sobre o crescimento econômico global. Os ataques da Rússia, e posterior ocupação das forças militares, à maior usina nuclear da Europa deixaram os mercados do mundo inteiro em alerta. Durante o dia, a S&P Dow Jones Indices anunciou que removerá as ações russas de seus índices de referência, juntando-se a outros compiladores de índices globais, num movimento global para isolar a Rússia e tentar colocar fim à guerra.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Crédito ao Consumidor/Jan
• Europa: Alemanha (Encomendas às Indústrias/Jan; Vendas no Varejo; Transações Correntes/Jan); França (Balança Comercial); Reino Unido (Índice de Preços de Imóveis Halifax/Fev)
• Ásia: China (Reservas Estrangeiras, Balança Comercial); Japão (Empréstimos Bancários; Balança Comercial; Rendimento Médio do Trabalhador, Massa Salarial de Empregados/Jan)
• Na América Latina: Brasil (Boletim Focus, PMI Markit/Fev); México (Confiança do Consumidor)
📌 E para amanhã:
• EUA: Indicador NFIB de percepção das pequenas empresas; Balança Comercial/Jan, Índice Redbook, Perspectiva Energética de Curto Prazo da EIA,Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Zona do Euro (Emprego/4T21; PIB/4T21); Alemanha e Espanha (Produção Industrial/Jan); Itália (Vendas no Varejo)
• Ásia: Japão (Índice de Indicadores, PIB/4T21, Massa Monetária) Antecedentes/Jan); China (IPC/Fev)
• Brasil: IGP-DI/Fev, Produção e Vendas de Veículos/Fev
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-- Com informações de Bloomberg News