Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 9 de maio

Investidores reagem hoje à decisão do Copom de reduzir o ritmo do corte nos juros; dados de emprego nos EUA e juros na Inglaterra também estão no radar

Pedestres no centro financeiro de Londres; Banco da Inglaterra manteve a taxa de juros inalterada
09 de Maio, 2024 | 08:53 AM

Bloomberg Línea — Os investidores reagem nesta quinta-feira (9) à decisão do Banco Central (BC), que reduziu ontem o ritmo dos cortes da Selic para 0,25 ponto percentual, levando a taxa para 10,50%.

Hoje, foi a vez do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidir o rumo dos juros no Reino Unido. Analistas alertam que o banco central precisará interromper suas vendas semanais de títulos ainda este ano, ou corre o risco de prejudicar esforços futuros para flexibilizar as condições de empréstimo.

Ainda no exterior, as exportações da China cresceram um pouco mais do que o esperado em abril, dando um impulso à economia, enquanto as importações tiveram um aumento significativo.

As exportações aumentaram 1,5% em dólares na comparação com o mesmo período do ano anterior, revertendo a queda de março, enquanto as importações subiram 8,4%. Isso resultou em um superávit comercial de US$ 72,4 bilhões para o mês. Economistas haviam previsto que as exportações subiriam 1,3% enquanto as importações cresceriam 4,7%.

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Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (9):

1. Corte na Selic

O Banco Central cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 10,50%, conforme o esperado, mas trouxe uma decisão dividida por placar apertado, de cinco votos a quatro – uma surpresa para muitos economistas e gestores.

A ala vitoriosa, capitaneada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o diretor Diogo Guillen, se opôs aos membros do Copom indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como Gabriel Galípolo e Paulo Picchetti.

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Leia mais: Copom: economistas veem comunicado ‘hawkish’ e incerteza sobre próximos passos

A divergência também abriu margem para diferentes interpretações da postura do BC pelo mercado. A maioria viu o tom geral do comunicado como hawkish, o que reflete o viés da maioria dos diretores. O ponto dovish veio justamente pela votação não-unânime, já que a partir do próximo ano os membros nomeados por Lula passarão a ser maioria, inclusive com a saída de Campos Neto.

Para justificar a decisão, os diretores avaliaram, dessa vez de forma unânime, que o cenário global incerto, a resiliência da atividade — com destaque para o dinamismo do mercado de trabalho maior do que o esperado – e a desancoragem das expectativas inflacionárias demandam maior cautela. O documento trouxe ainda um alerta sobre o fiscal, que pode impactar a política monetária.

O Copom não trouxe um guidance para as próximas reuniões. Segundo o comunicado, a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros “serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

2. Juros na Inglaterra

O Banco da Inglaterra deu um passo em direção a uma redução dos juros nesta quinta-feira, após um segundo membro do comitê votar por taxas mais baixas e o governador Andrew Bailey declarar estar “otimista de que as coisas estão indo na direção certa.”

O vice-governador Dave Ramsden se juntou ao membro externo Swati Dhingra ao pedir um corte imediato na taxa básica em relação ao nível atual de 5,25%. Os outros sete membros do Comitê de Política Monetária preferiram manter as taxas inalteradas, afirmando que precisavam de mais evidências de que a inflação será controlada.

Foi a sexta reunião consecutiva em que o banco central do Reino Unido manteve sua taxa de empréstimo em território considerado restritivo, buscando conter as pressões salariais e de preços que atingiram um pico em quatro décadas no final de 2022.

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As projeções divulgadas com a decisão sugerem que o BOE terá que reduzir as taxas nos próximos meses, provavelmente antes de uma eleição geral amplamente esperada para o outono no hemisfério norte.

3. Mercados

As ações europeias operam próximas da estabilidade após registrarem novos recordes impulsionados por fortes resultados corporativos.

O índice Stoxx 600 cedia 0,5% por volta das 8h45 (horário de Brasília), após uma sequência de quatro dias de ganhos, enquanto os futuros do índice S&P 500 apontavam para uma abertura no vermelho em Wall Street.

Os títulos do Tesouro de 10 anos caíram pelo segundo dia consecutivo depois que uma venda de US$ 42 bilhões em notas de 10 anos teve uma demanda fraca.

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4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Congresso já derrubou 93 vetos de presidente, de Lula a Bolsonaro; veja quem sofreu mais derrotas

Folha de S. Paulo: Nível do lago Gaíba cai 10cm em 24 horas, mas continua com altura acima de 5 metros

O Globo: Balneários e beira de estrada se tornam refúgio para quem foge de estragos em Porto Alegre

Valor Econômico: Copom põe em dúvida novos cortes na Selic

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5. Agenda

Estados Unidos:

  • 9h30: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego;
  • 14h: Leilão Americano Bond a 30 anos;
  • 15h: Discurso de Mary Daly, membro do Fomc;
  • 17h30: Fed’s Balance Sheet;

Japão:

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  • 20h30 Gastos Domésticos;
  • 20h50 Transações Correntes Ajustadas Transações Correntes;

Zona do Euro:

  • 09h15 Discurso de Luis de Guindos, do BCE;

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.