Fundos têm resgate de R$ 810 mi em fevereiro; multimercados lideram saída

No acumulado do ano, a indústria tem captação líquida positiva de R$ 1,47 bilhão e, em 12 meses, de R$ 356,1 bilhões, segundo a Anbima

Aumento de volatilidade e da taxa de juros leva investidores de volta para aplicações mais conservadoras.
07 de Março, 2022 | 05:01 PM

Bloomberg Línea — Em um cenário de maior volatilidade nos mercados globais, a indústria brasileira de fundos de investimento encerrou fevereiro com uma saída líquida de R$ 810,1 milhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

De acordo com dados compilados até 25 de fevereiro, a maior contribuição negativa no último mês partiu dos fundos multimercados, com resgate líquido de R$ 18,06 bilhões. Na sequência, os fundos de ações tiveram saída líquida de R$ 10,93 bilhões.

Fundos de previdência e fundos de índice (ETFs) também encerram o último mês no terreno negativo, com resgate de R$ 103,8 milhões e R$ 778 milhões, respectivamente.

o destaque positivo de fevereiro ficou com os fundos de renda fixa, que captaram R$ 27,8 bilhões. O movimento acontece em meio a um cenário de grande incerteza, com guerra na Ucrânia, aumento da inflação global e subida dos juros, levando o investidor a buscar aplicações mais conservadoras. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, mais recente, a expectativa é de que a taxa Selic encerre 2022 em 12,25% ao ano.

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Atenção ainda para os fundos cambiais, que acompanham a valorização do dólar – moeda considerada um “porto seguro” em momentos de grande incerteza –, com entrada líquida de R$ 768,5 milhões.

Apesar do desempenho negativo em fevereiro, a indústria tem uma captação líquida (aportes menos resgates) de R$ 1,47 bilhão no ano. Em 12 meses, o resultado também é positivo, em R$ 356,1 bilhões.

Segundo a Anbima, a indústria brasileira de fundos encerrou fevereiro com um patrimônio líquido de R$ 6,9 trilhões.

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Rentabilidade

Em fevereiro, apesar da forte saída de investidores de estratégias de ações, as maiores rentabilidades partiram de fundos de renda variável. No período, se destacaram os fundos “Ações FMP-FGTS”, “Ações Setoriais” e os “Mono Ações”, com retornos de 9,18%, 9,07% e 5,42%, respectivamente, segundo os dados da Anbima.

Na renda fixa, o melhor desempenho ficou com a subcategoria “duração alta grau de investimento”, com retorno de 1,12%. Já entre os multimercados, os fundos “macro” lideraram os ganhos, com retorno médio de 1,79%.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.