Bloomberg Línea — O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (3) que o lucro da Petrobras (PETR4) precisa ser “rebaixado um pouquinho” para ajudar no combate à inflação.
“Num momento de crise, eu acho que esse lucro, dependendo da decisão dos diretores, do conselho e do presidente, poderia ser rebaixado um pouquinho para a gente não sofrer muito aqui. Senão vem uma inflação enorme aqui dentro”, disse ele em sua live semanal.
A empresa registrou lucro de R$ 31,5 bilhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 47% ante o mesmo período de 2020. A companhia também anunciou que pagará R$ 37,3 bilhões em dividendos em maio deste ano.
Segundo Bolsonaro, “a Petrobras sabe de sua responsabilidade e sabe o que tem que fazer para colaborar para que o preço dos combustíveis aqui dentro não dispare”.

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É uma fala recorrente do presidente. Em uma de suas lives no ano passado, minutos antes de a Petrobras divulgar o balanço do terceiro trimestre, Bolsonaro disse que a empresa tinha “um lucro muito alto” e que precisava ter “viés social”.
Naquele dia, a companhia anunciou pagamento recorde de dividendos a seus acionistas, de R$ 63,4 bilhões.
Fertilizantes
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS), participou da live ao lado de Bolsonaro. Ela disse que será lançado no fim deste mês um “plano nacional de fertilizantes” para tentar dar autossuficiência ao Brasil no setor.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, o agronegócio, que depende do insumo para produzir, vem sentindo os efeitos da inflação nos produtos. Por causa do conflito, a Rússia e a Bielorrússia, de quem o Brasil importa 50% dos fertilizantes que usa, suspenderam o envio do produto.
A ministro disse que o maior problema é o potássio. Segundo ela, 93% do produto usado pelo agronegócio no país são importados.
“O programa de fertilizantes está pronto e envolveu nove ministérios, além de agentes privados. Não começamos a pensar nisso por causa da guerra, o plano está em discussão desde dezembro de 2020. Uma potência do agro não pode ficar nessa dependência”, disse a ministra.
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