Futuros de gás na Europa batem recordes devido a sanções

Continente importou mais gás que o normal este ano e deve concorrer com países asiáticos na disputa para reabastecer estoques

Apesar das sanções, empresa russa Gazprom segue enviando gás para a Europa por meio do gasoduto que corta a Ucrânia
Por Verity Ratcliffe
03 de Março, 2022 | 09:50 AM

Bloomberg — O gás natural europeu atingiu um novo recorde à medida que o mercado continua focando nas sanções à Rússia em resposta à invasão da Ucrânia.

Os futuros holandeses para o primeiro mês subiram até 20%, chegando a 198 euros por megawatt-hora. O equivalente no Reino Unido subiu 17%.

Embora as sanções não tenham como alvo específico os recursos naturais, os comerciantes e transportadores estão evitando negociar com fornecedores russos, incluindo a unidade de comércio de energia da Gazprom.

Ainda assim, o gás russo continua passando pelos gasodutos em direção à Europa, incluindo aqueles que cruzam a Ucrânia, e o fluxo até aumentou desde a invasão na semana passada.

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Os fornecimentos por meio de um importante gasoduto em direção à a estação de Velke Kapusany da Eslováquia continuam altos, e a Gazprom reservou parte da capacidade para esta quinta-feira (3) para enviar gás para a estação de Mallnow, na Alemanha. A Gazprom afirmou que está enviando gás para a Europa via Ucrânia segundo os pedidos dos clientes.

A Europa importou mais gás natural liquefeito que o habitual este ano. Embora as importações de GNL possam ajudar a reduzir a dependência do gás russo, os compradores europeus estarão competindo com os asiáticos, que também começarão a reabastecer seus estoques durante o verão.

O consumo de gás da China estava crescendo antes da guerra por causa do esforço de descarbonização do país. O governo planeja priorizar a segurança do fornecimento de energia e commodities em resposta à guerra na Ucrânia.

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--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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