Dólar dispara e bolsa fecha abaixo dos 112 mil com invasão da Ucrânia

Ibovespa fechou na contramão de Nova York, cujos índices amenizaram as perdas após novas sanções de Biden à Rússia

Nos EUA, atenções estão voltadas também para os próximos passos do Fed, em março
24 de Fevereiro, 2022 | 06:36 PM

Bloomberg Línea — Os mercados amenizaram as perdas no fechamento desta quinta-feira (24), em uma sessão volátil, após o presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciar novas sanções à Rússia, depois da invasão na Ucrânia.

No Brasil, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão em baixa de 0,4%, abaixo dos 112 mil pontos, após bater os 109.125 mil pontos na mínima do dia.

Em uma sessão de queda generalizada no índice, as maiores perdas vieram das ações de Qualicorp (QUAL3), que lideraram as perdas nesta quinta, com baixa de 14,77%, negociadas a R$ 13,85.

Na sequência, apareceram os papéis de Rede D’Or (RDOR3), com queda de 7,66%, e os de BRF (BRFS3), que cederam 6,07% nesta quinta, a R$ 17,34.

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Do lado dos ganhos, destaque para a alta das ações de SulAmérica (SULA11) e Minerva (BEEF3), que subiram 15,19%, a R$ 35,64, e 7,04%, a R$ 10,80, respectivamente.

Ontem, a rede brasileira de hospitais Rede D’Or anunciou que chegou a um acordo para adquirir a seguradora SulAmérica através de uma operação de troca de ações.

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Confira o fechamento dos mercados nesta quinta (24):

  • O Ibovespa (IBOV) caiu 0,37%, aos 111.591 pontos;
  • O dólar à vista teve alta de 2,52%, negociado a R$ 5,13;
  • No mercado de juros futuros, o DI com vencimento em 2027 fechou em alta de oito pontos-base, a 11,24%;
  • Por volta das 18h15 (horário de Brasília), o Bitcoin (BTC) tinha alta de 2,18%, negociado a US$ 38.361;
  • Entre as commodities, o petróleo Brent fechou em alta de 2,31%, a US$ US$ 99,08 o barril;

Quadro externo

Em uma sessão com investidores oscilando entre temores sobre o impacto de longo prazo da invasão da Rússia à Ucrânia e à espera de que o Federal Reserve possa ser menos agressivo no aperto da política monetária, os mercados fecharam em alta nos Estados Unidos.

O índice da Nasdaq, com grande exposição ao setor de tecnologia, que caía forte no início da sessão, ampliou os ganhos depois que o presidente Joe Biden impôs duras sanções à Rússia por sua invasão da Ucrânia.

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Os mercados caíram em todo o mundo quando as forças russas atacaram alvos em toda a Ucrânia, depois que o presidente Vladimir Putin ordenou uma operação para desmilitarizar o país, provocando uma ameaça de “sanções severas” a Moscou.

A invasão é o mais recente risco a atingir os mercados, seguindo as expectativas crescentes de aumento das taxas e inflação persistente, fatores que atingiram em grande parte nomes da bolsa de alto crescimento.

Mas as chances de o Federal Reserve elevar os juros em 50 pontos-base em março recuaram nesta quinta-feira, de acordo com dados da Bloomberg, o que pode aliviar a pressão sobre as ações de tecnologia e crescimento. O banco central americano normalmente movimenta as taxas em incrementos de 25 pontos base.

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O gás natural bruto na Europa subiu com possíveis riscos para as exportações da commodity da Rússia. O mesmo aconteceu com o petróleo, cujos futuros do Brent chegaram a ser negociados a US$ 105 o barril e o WTI, a US$ 100 no início da sessão.

  • Nos EUA, o Dow Jones fechou em alta de 0,28%, o S&P 500 subiu 1,50%, enquanto o índice da Nasdaq subiu 3,34%;
  • Na Europa, todos os principais índices acionários fecharam no vermelho. Destaque para o Dax, da Alemanha, com baixa de 3,96%.

(Com informações da Bloomberg News)

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.