Ibovespa acompanha exterior e cai nesta sexta, de olho na Ucrânia

Entre as quedas do índice, os papéis da Petrobras recuavam entre 0,5% e 1%, em dia de queda para o petróleo

Mercados seguem repercutindo cenário de aversão ao risco com tensões geopolíticas no radar.
18 de Fevereiro, 2022 | 03:15 PM

Bloomberg Línea — Com incertezas ainda dominando o mercado em torno da tensão geopolítica na Ucrânia, o Ibovespa (IBOV) acompanhava Nova York e os demais mercados globais e operava em queda na tarde desta sexta-feira (18).

  • Lideravam as quedas do principal índice de renda variável da Bolsa brasileira Rumo (RAIL3) e Cosan (CSAN3), com baixas de 8% e 5,2%, respectivamente, por volta das 14h40 (horário de Brasília).
  • Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) também recuam nesta sexta, entre 0,5% e 1%, em um dia de queda para o petróleo.

A commodity caminha para uma perda semanal, com investidores avaliando a crise na Ucrânia e a possibilidade de que o acordo nuclear do Irã possa ser revivido, potencialmente abrindo caminho para a remoção das sanções dos EUA às exportações de petróleo do país.

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No início desta semana, o principal negociador de Teerã, Ali Bagheri Kani, twittou que os esforços para restaurar o acordo estão “mais próximos do que nunca” de um acordo.

Veja mais: Alta das commodities deve trazer juros mais altos no Brasil, diz Citi

O petróleo permanece próximo do maior nível desde 2014, após um rali sustentado por uma demanda crescente, oferta restrita e estoques em declínio. A estrutura de preços do mercado ainda aponta para uma demanda robusta por barris físicos, com traders dispostos a pagar prêmios altos por suprimentos de curto prazo.

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  • Atenção ainda para o minério de ferro, com novas intervenções do governo chinês. As ações da Vale (VALE3), contudo, viraram para alta da ordem de 0,3% na B3, por volta das 14h40 (horário de Brasília).

As autoridades retomaram as intervenções depois que os preços do minério de ferro se recuperaram mais de 80% das mínimas atingidas em novembro, com alertas contundentes sobre especulação e desinformação e solicitações que negociantes do produto liberem estoques e forneçam informações sobre estoques e preços.

As autoridades também investigam ilegalidades, como o acúmulo proposital de produto para inflacionar o mercado.

Do lado dos ganhos do Ibovespa nesta tarde, este era liderado pela Cielo (CIEL3), com alta de 14,3%, após a notícia de venda da sua fatia na Merchant e-Solutions, por US$ 290 milhões.

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Destaque ainda para MRV (MRVE3) e EDP Brasil (ENBR3), com ganhos de 3,9% e 2,8%, respectivamente.

Confira os principais destaques:

  • O Ibovespa (IBOV) tinha queda de 0,3%, aos 113.213 pontos, por volta das 14h40;
  • O dólar comercial tinha queda de quase 1%, negociado a R$ 5,117 na compra;
  • Entre os juros futuros, o DI para 2023 tinha queda de 3 pontos-base, a 12,35%, enquanto o DI 2027 caía seis pontos-base, a 11,27%;

Quadro externo

Nos mercados internacionais o dia também era de queda para os principais índices acionários dos Estados Unidos e da Europa.

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Os Estados Unidos disseram que a Rússia reuniu cerca de 190 mil pessoas – incluindo tropas, unidades da Guarda Nacional e separatistas apoiados pela Rússia – na Ucrânia e nos arredores, no que chamou de “mobilização militar mais significativa desde a Segunda Guerra Mundial”.

A Rússia disse aos EUA nesta semana que não tem planos de atacar, e autoridades em Moscou repetidamente consideraram os avisos dos EUA sobre uma possível invasão como “histeria” e propaganda.

O impasse provocou uma enxurrada de atividade diplomática entre aliados e adversários. O presidente dos EUA, Joe Biden, falará com líderes internacionais nesta sexta-feira sobre os movimentos de tropas do Kremlin.

Na Europa, as bolsas fecharam pelo terceiro dia seguido em queda, com a crise na Ucrânia se agravando:

  • O índice Dax, da Alemanha, fechou em queda de 1,47%, enquanto o Stoxx 600 recuou 0,81%;
  • Nos EUA, o Dow Jones cedia 0,8%; o S&P 500 caía 0,9%; e o Nasdaq tinha queda de 1,4%;

(Com informações da Bloomberg News)

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.