Hong Kong tem nova suspeita de Covid após festa de aniversário polêmica

Evento se tornou um escândalo oficial ao ter casos confirmados e deixar autoridades em quarentena

Mais um caso confirmado, que não estava na lista de convidados
Por Jinshan Hong
10 de Janeiro, 2022 | 11:02 AM

Bloomberg — Hong Kong confirmou outro caso de Covid-19 ligado a uma festa de aniversário que acabou se tornando um escândalo, deixando um ministro em quarentena enquanto a cidade se apressava para conter um surto de ômicron.

Uma mulher de 43 anos saiu para jantar e depois foi à festa com uma pessoa que dias depois testou positivo para Covid. Como seu nome não estava na lista de convidados, ela não foi incluída na quarentena do governo de cerca de 200 participantes na semana passada, disseram autoridades de saúde em uma entrevista no domingo (9).

A mulher está assintomática e tem estado ativa na comunidade nos últimos dias, indo para o trabalho e jantando em restaurantes pela cidade. No sábado, ela foi a um centro de teste comunitário depois de receber um aviso de teste obrigatório e o resultado foi positivo.

Dezenas de funcionários do governo e legisladores participaram da celebração de Witman Hung, um representante local da Autoridade de Shenzhen Qianhai, em 3 de janeiro, apesar dos avisos do governo dias antes para evitar reuniões com aglomeração de pessoas. A festa começou às 18h em um restaurante e continuou até cerca de meia-noite, segundo as autoridades.

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Isolamento encurtado

Enquanto os hospitais e locais de isolamento de Hong Kong se enchem, as autoridades disseram na segunda-feira (10) que permitirão que contatos próximos de pacientes confirmados fiquem em quarentena por 14 dias em instalações do governo, contra 21 dias anteriores. Após saírem do acampamento, elas podem circular pela cidade, mas devem monitorar o estado de saúde e fazer o teste no 19º dia.

“O número de contatos próximos em instalações de isolamento está aumentando e causa grande pressão”, disse o oficial de saúde Chuang Shuk-kwan, acrescentando que os casos de ômicron normalmente se desenvolvem mais rapidamente, em cerca de dois a três dias, após a transmissão.

É a segunda vez que o governo reduz o período de quarentena obrigatória desde o início do surto de ômicron, refletindo a diminuição na capacidade de acolhimento conforme milhares de pessoas são submetidas a seu agressivo controle e rastreamento de contato. Cerca de 800 pessoas aguardam para entrar nas instalações, que ocuparão quase todo o espaço disponível, disse Chuang.

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No sábado, as autoridades disseram que os pacientes que receberem alta da Covid-19 podem cumprir 14 dias de isolamento obrigatório em casa ou em outros locais designados, sem especificar quais seriam esses locais . Anteriormente, os pacientes recuperados tinham que se isolar no acampamento do governo.

A festa que instalou o caos

Na semana passada, dois convidados, que não estavam na festa ao mesmo tempo, testaram positivo para Covid-19, fazendo com que todos os participantes fossem mandados para o campo de isolamento espartano de Hong Kong, na Baía de Penny. Mais tarde, um desses convidados foi confirmado como um alarme falso, poupando muitos ministros e legisladores das instalações de isolamento.

Aqueles que saíram da festa antes das 21h30 - quando os dois casos conhecidos chegaram - não tinham sido expostos ao vírus. O governo disse na segunda-feira (10) que apenas 104 pessoas precisam ser isoladas.

A chefe do Executiva de Hong Kong, Carrie Lam, abriu no sábado um inquérito disciplinar para 13 funcionários que compareceram à festa, dizendo que eles foram instruídos a não continuarem exercendo suas funções enquanto estivessem em quarentena, usando sua licença de férias.

Junius Ho, um legislador do Comitê Eleitoral que compareceu à festa, culpou o governo de Lam por não evitar que os funcionários da Cathay Pacific Airways trouxessem o vírus para a comunidade.

“Nós somos as vítimas da política”, disse Ho, que teve que ficar em quarentena por um breve período, ao South China Morning Post. Dias depois da festa, Ho se encontrou com Xia Baolong, chefe do escritório de Pequim em Hong Kong e Macau, em Shenzhen, informou o jornal.

O escândalo aumenta à medida que mais evidências emergem sugerindo que a variante ômicron altamente contagiosa está se espalhando silenciosamente em Hong Kong. A cidade agora tem pelo menos três cadeias de transmissão e as autoridades disseram na semana passada que não podem descartar aglomerados ocultos na comunidade.

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Na segunda-feira (10), Hong Kong relatou um caso positivo de fonte desconhecida. A pessoa é um vendedor em uma loja de departamentos popular, que foi trabalhar pela última vez em 28 de dezembro.

– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, especialista em Localização da Bloomberg Línea

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