Mercados retomam alta e olham para 2022 com otimismo

Futuros de índices em NY voltam ao curso positivo, depois da pausa de ontem; na Europa, Stoxx 600 busca novo recorde

As variáveis que orientarão os mercados
29 de Dezembro, 2021 | 07:42 AM

Barcelona, Espanha — Os futuros de índices nos Estados Unidos retomam o movimento de alta que havia sido interrompido depois de quatro sessões seguidas de ganhos das bolsas. Na Europa, as principais bolsas também subiam, com o Stoxx 600 a um passo de marcar novo recorde e o FTSE 100, que voltou às operações depois do feriado prolongado no Reino Unido, avançando para o nível mais alto desde fevereiro de 2020.

Dado o escasso volume financeiro e a proximidade do feriado de fim do ano, os mercados devem andar de lado na jornada de hoje, numa tentativa de preservar os ganhos de 17% na renda variável mundial.

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A agenda macroeconômica está morna. A única referência macroeconômica com maior peso serão os pedidos iniciais de seguro-desemprego dos Estados Unidos, que saem amanhã (30). Os últimos dados divulgados nos EUA se referem à pesquisa do setor manufatureiro do Fed de Richmond, que subiu em dezembro, superando as expectativas. O crescimento dos preços das casas no país esfriou modestamente em outubro, após terem disparado durante a pandemia.

O petróleo, que subia esta manhã, passou a registrar uma ligeira queda. A alta no início do dia se sustenta pela confiança de que a recuperação econômica se sobreporá à ameaça da Covid-19 e pela expectativa de uma nova queda nos estoques. Os futuros do minério de ferro cediam pelo terceiro dia seguido nos mercados asiáticos. Já o bitcoin se mantinha abaixo dos US$ 48 mil, depois de uma desvalorização que deixou antever uma menor propensão a ativos mais especulativos.

  • Ontem, nos Estados Unidos, o S&P 500 pausou uma sequência de quatro altas e recorde de fechamento para terminar com 0,10% de baixa. O Nasdaq caiu 0,56% e, em direção contrária, Dow fechou com 0,26% de alta

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Um retrato dos mercados esta manhã

De olho no futuro

No mercado, 2021 já virou passado e os investidores dirigem o olhar para 2022, e com otimismo. Se espera um bom ano para as bolsas, ainda que com potencial de desempenho mais modesto que o de 2021.

Dentre os principais riscos para a renda variável no ano que chega estão a evolução do coronavírus, as perspectivas econômicas e empresariais na China e o aperto monetário de bancos centrais como o Federal Reserve (Fed).

Contudo, entre os analistas ressoam as expectativas de remissão da pandemia, com menos hospitalizações, novos medicamentos e mais “vida normal”, o que beneficia o consumo.

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Os resultados empresariais continuarão sendo um bom catalisador para os negócios com ações. Quanto à inflação, a expectativa corrente é de que tende a se moderar a partir do segundo semestre.

No que se refere à política monetária, uma retirada leve e gradual dos estímulos concedidos pelos bancos centrais deve manter o mercado com liquidez.

Na agenda

  • IGP-M e Fluxo Cambial Estrangeiro
  • Índice de Compras MBA, estoques de Petróleo, vendas e estoques do varejo nos Estados Unidos

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-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.