Fleury firma parceria com Hospital Albert Einstein para empresa de testes genômicos

Nova sociedade, chamada Gênesis, vai atuar no desenvolvimento de soluções integradas na área de genômica, além da realização de pesquisas

Grupo Fleury investe em testes de genômica, que apresentam crescimento nos últimos trimestres, com parceria com Hospital Einstein
13 de Dezembro, 2021 | 09:39 AM

São Paulo — O Fleury, um dos principais grupos de medicina diagnóstica do país, decidiu criar uma nova sociedade em parceria com o Hospital Albert Einstein, que se chamará Gênesis e vai atuar no desenvolvimento de soluções integradas na área de genômica, realização de pesquisa, desenvolvimento de processos e de serviços para atender diretamente ao consumidor interessado em realizar a gestão preventiva de sua saúde a partir de testes genômicos, anunciou, nesta segunda-feira (13), a companhia em fato relevante.

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“Além disso, também faz parte do objeto estudar e disponibilizar tecnologia para o setor de saúde do país”, acrescentou o documento.

O Fleury terá participação majoritária e controle da Gênesis. “Sua criação reforça a estratégia de aceleração de crescimento da companhia, unindo duas instituições médicas de referência no país, e criando um ambiente intenso de produção científica e de geração de conhecimento em benefício do desenvolvimento de soluções para a conduta médica e para a saúde dos pacientes”, destacou o Fleury.

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O grupo disse ainda que a parceira já nasce a partir das operações atuais do Fleury e Einstein. O portfólio de produtos de genômica tem mais de 300 testes, informa. “As equipes que comporão a Gênesis serão constituídas por profissionais reconhecidos no mercado e com grande experiência na área, com destaque para as equipes técnica, científica e médica”, esclareceu a empresa.

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Nos últimos trimestres, com o arrefecimento dos casos de Covid-19, o Fleury verificou um aumento da demanda por testes de genômica, que possuem um maior valor agregado para as receitas do grupo. No terceiro trimestre, houve um crescimento de 43% por esse tipo de produto, segundo o grupo.

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Em entrevista à Bloomberg Línea, a CEO do Fleury, Jeane Tsutsui, disse que a JV (joint venture) com o Einstein depende ainda da assinatura de documentação definitiva (que vai definir as participações acionárias exatas da parte, por exemplo) e de aprovações regulatórias, o que deve ocorrer em 2022. Ela evitou sinalizar qual será o trimestre para isso.

“A gente está muito feliz, porque são duas instituições que têm esse foco muito grande em pesquisa, em desenvolvimento de soluções para o olhar do futuro. A área de genômica traz essa visão de cuidado mais personalizado, o engajamento e a medicina preventiva, e principalmente um potencial de crescimento dentro do mercado brasileiro, que é significado”, afirmou a executiva.

Atualmente, 3% da receita total de análises clínicas do Fleury vem dos exames de genômica, segundo Tsutsui. Para dimensionar o potencial desse segmento, ela cita o dado de 20% como participação média desses exames para o faturamento dos laboratórios nos EUA. No Brasil, em 2017, o grupo criou a plataforma Fleury Genômica, que “provavelmente deixará de existir” após a concretização da sociedade com o Einstein, pois a ideia é incorporar esses serviços na Gênesis.

A gente estima um potencial de mercado endereçável de R$ 2 bilhões em 2025″, citou Tsutsui, acrescentando que a participação de genômica no mercado brasileiro de análises clínicas ainda é de 1%.

Em 9 meses de 2021, de janeiro a setembro, essa plataforma apresentou um crescimento de 50% na comparação com igual período do ano passado, segundo a CEO. Ela destacou as diversas aplicações práticas com a possibilidade de sequencimento de DNA da próxima geração, como a avaliação de perfis de riscos de enfermidades como o câncer e problemas neurológicos, além de desenvolvimento de medicamentos, como antidepressivos, que minimizem reações adversas ao seu uso.

Transformação digital

A CEO do Fleury tem apostado na transformação digital, na telemedicina, criando um ecossistema digital com oferta de serviços que incluem até cirurgias simples (hérnia, catarata, amídgalas, por exemplo), por meio da plataforma Saúde iD.

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A movimentação do grupo paulista com a joint venture com uma instituição da reputação do Einstein entre os profissionais de saúde diferencia o grupo de outros players neste momento de consolidação do setor, no segundo ano da pandemia da Covid-19. A Alliar, por exemplo, ativo que chegou a despertar o interesse do Fleury, acabou sofrendo recentemente mudança de controle acionário com a entrada do empresário Nelson Tanure.

Já a Dasa adquiriu, no mês passado, a Mantris, empresa de medicina ocupacional e gestão de 210 ambulatórios in company, além de 930 clínicas credenciais pelo país, com uma carteira de 510 mil vidas, que serão agora incorporadas à carteira de Dasa Empresas, braço B2B da Dasa e que oferece um hub de soluções de saúde corporativa, consultoria de benefícios, coordenação de saúde e soluções empresariais.

(Atualiza às 17h com declarações da CEO do Fleury)

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.