Proptech brasileira EmCasa se expande para 11 cidades

Miami — A EmCasa, proptech que combina tecnologia e corretores internos qualificados para melhorar a experiência das pessoas que compram e vendem imóveis no Brasil, está se expandindo para 11 novas cidades nos próximos 60-90 dias. A empresa agiliza o processo de compra e venda por meio de uma plataforma tecnológica própria que orienta os corretores em cada etapa. Uma característica específica do negócio é que todos os corretores da plataforma são funcionários da EmCasa e ganham um salário em vez da estrutura habitual de comissões.

“Em média, um brasileiro vende 1,5 casa na vida, então é uma transação muito importante”, disse Gustavo Vaz, CEO e cofundador da EmCasa.

Vaz comparou aspectos da EmCasa com a RedFin nos Estados Unidos – corretora de imóveis com serviço completo que também oferece um marketplace on-line para residências que as pessoas podem navegar sem compromisso. No Brasil, além das tradicionais corretoras, a EmCasa concorre também com a imobiliária Loft, avaliada em US$ 2,2 bilhões no início deste ano, segundo a Pitchbook.

Veja mais: Chiper encerra Série B de US$ 53 mi, estabelece e-commerce para mercearias

Como a EmCasa tem um marketplace on-line pelo qual os compradores podem navegar, alguns clientes entram em contato com a empresa quando já encontraram uma casa em que estão interessados, mas de acordo com Vaz, um em cada quatro clientes da empresa procuram a empresa sem ter encontrado um imóvel.

Normalmente, em transações imobiliárias, um corretor tradicional é responsável por uma série de tarefas, como tirar fotos, examinar contratos, documentos de hipoteca, entre outros; na EmCasa, o corretor é responsável apenas por lidar com o cliente. Com a experiência, alguns corretores adquiriram mais conhecimento em uma determinada área, disse Vaz, citando uma hipoteca complicada como exemplo. Como resultado, quando um cliente descreve o que está procurando, ele é encaminhado a um corretor que pode atender às suas necessidades.

“Uma das coisas que percebemos é que, ao combinar o corretor certo com a pessoa certa, conseguimos aumentar as taxas de conversão”, disse Vaz à Bloomberg Línea.

No entanto, a chave para o negócio não está apenas no relacionamento entre corretor e cliente, e sim na tecnologia. A EmCasa desenvolveu um sistema de gerenciamento de relacionamento com o cliente baseado em IA que informa o corretor o que fazer em cada etapa do processo, garantindo que nada seja esquecido e que as coisas sejam feitas da maneira mais eficiente possível.

Veja mais: Conheça a fintech CloudWalk, de pagamentos, que levantou US$ 150 milhões

“Se um corretor não entrar em contato com um cliente em, digamos, três dias, enviamos uma mensagem automaticamente para o WhatsApp do cliente. Aumenta muito a eficiência“, disse Vaz.

A EmCasa foi fundada e lançada no Brasil em 2018 e, até o momento, a empresa arrecadou US$ 32 milhões. Nos últimos três anos, a empresa teve escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde atua. No início deste ano, decidiu se expandir para 15 outras cidades em um período de seis a nove meses, mas o lançamento das quatro primeiras cidades foi tão bom que a empresa decidiu acelerar o cronograma e está lançando as 11 cidades restantes no próximos 60-90 dias.

O modelo de negócios continuará o mesmo, e cada nova cidade terá um escritório local. A empresa escolheu as cidades com base em vários fatores, incluindo PIB per capita, população e proximidade da cidade com o Rio ou São Paulo.

“Queríamos que todas as cidades estivessem a quatro ou cinco horas de distância de carro, então, se algo acontecer, um de nós pode entrar no carro e chegar lá muito rapidamente”, disse Vaz.

Leia também

JPMorgan vai reembolsar até US$ 5 mil por despesa com quarentena

Como a recondução de Powell impacta ações, cripto, emergentes e imóvei