Indra Nooyi, ex-CEO da Pepsi, diz que nunca pediu um aumento salarial

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Bloomberg — A ex-CEO da Pepsi Co., Indra Nooyi, uma das poucas mulheres negras a comandar uma grande empresa com ações na bolsa nos Estados Unidos, disse que nunca pediu um aumento salarial e que uma vez recusou um durante a crise financeira.

“Eu nunca, nunca, jamais pedi um aumento”, disse Nooyi em uma entrevista para a New York Times Magazine esta semana. “Eu acho isso cringeworthy. Não consigo me imaginar trabalhando para alguém e dizendo que meu salário não é suficiente. "

Apenas 31 mulheres dirigem empresas no S&P 500, e esse número era ainda menor quando Nooyi deixou o cargo em 2018. As que o fazem tendem a ganhar menos. Em seu último ano no cargo, Nooyi não ficou nem perto do topo para salários executivos em empresas abertas nos EUA - como ocorre com a maioria das mulheres. Naquele ano, Safra Catz, da Oracle Corp., era a CEO mulher mais bem paga no ranking de remuneração de executivos da Bloomberg, ficando em 33º lugar na lista.

“Nunca pedi ao conselho para me dar mais dinheiro”, disse Nooyi em entrevista ao New York Times. “Na verdade, um ano o conselho me deu um aumento e eu disse: ‘Não quero’. Eles disseram: ‘Por que não?’ Foi logo depois de uma crise financeira, e eu disse: ‘Não quero quer o aumento’”.

No começo, quando Nooyi ainda estava na Pepsi, um conjunto de pesquisas sugeriu que as mulheres não negociavam seus salários com tanta frequência quanto os homens, e isso contribuiria para a disparidade salarial de gênero. O famoso “Lean In” de Sheryl Sandberg dizia às mulheres para apenas pedirem e elas receberiam. Desde então, pesquisas da McKinsey & Co. e LeanIn.org descobriram que as mulheres estavam se engajando no processo tanto quanto os homens. Mas havia um problema: elas eram menos propensas a pegá-los, o que pode explicar sua reticência inicial.

Nooyi agora faz parte do conselho da Amazon.com Inc. e publicou recentemente um livro de memórias chamado “My Life in Full”.

Desde sua gestão na Pepsi, os pacotes de remuneração dos CEOs só aumentaram e, no ano passado, apenas cinco dos 100 executivos mais bem pagos do país eram mulheres.

- Com a ajuda de Jeff Green.

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