Brasileiros esgotam passagens para Réveillon nos EUA; preços disparam

Previsão de retomada dos voos diretos do Brasil para EUA desencadeia corrida para compra de bilhetes para festas de fim de ano

Réveillon na Times Square, em Nova York, terá mais brasileiros no próximo dia 31 de dezembro, a julgar pela venda acelerada de passagens nos últimos dias
23 de Setembro, 2021 | 06:14 PM

São Paulo — Os brasileiros vacinados estão eufóricos com a possibilidade de viajar para os Estados Unidos a partir de novembro. Desde o anúncio da Casa Branca, no início da semana, a procura por passagens para diversas cidades americanas disparou. Alguns bilhetes para viagens no período do Natal e do Réveillon já esgotaram. Os preços também foram para as alturas.

  • A Flórida é o estado mais procurado pelos brasileiros, com três cidades (Fort Lauderdale, Orlando e Miami) entre as mais pesquisadas, seguido da Califórnia, com dois destinos (San Francisco e Los Angeles). Newark (+353%), Fort Lauderdale (+341%), Orlando (+281%), Chicago (+273%) e Miami (+247%) registraram o maior crescimento de buscas por passagens, informou o Kayak
  • A Latam viu um crescimento de 350% na procura por voos do Brasil para os EUA nas primeiras 24h após a notícia de reabertura das fronteiras. A companhia opera três voos semanais na rota Guarulhos-Nova York e outros três voos semanais na rota Guarulhos-Miami e já estuda ampliar os voos já existentes e retomar destinos como as cidades de Orlando e Boston.
  • Na Gol, a passagem de ida e volta São Paulo-Miami, com escala no Rio, era a mais barata (R$ 3.703,77) até o dia do anúncio, mas o site da companhia informa que não há mais bilhete disponível para 24 de dezembro a 3 de janeiro, datas que permitiam esse preço. Para outros dias, há passagens com preço superior a R$ 5.000. A companhia fechou, neste mês, novo acordo de compartilhamento de voos com a American Airlines.
  • A Smiles, gestora de programas de fidelidade, captou um aumento de demanda após a notícia. “Chegamos a um pico de 200% de aumento de vendas de voos para os EUA em dezembro de 2021 versus vendas da semana anterior para o mesmo destino e período”, informou a companhia à Bloomberg Línea.

A entrada nos EUA é mediante a apresentação do comprovante de vacinação, junto de um teste negativo realizado três dias antes da viagem. As vacinas aceitas ainda não foram definidas, porém, os EUA já autorizam o uso das marcas Pfizer/BioNTech, Moderna e Johnson & Johnson (Janssen), observou a operadora travelWorld, contabilizando mais de 100 países que permitem a entrada dos brasileiros.

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Em entrevista à Bloomberg Línea, Roberto Nedelciu, da Raidho Viagens, presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), confirma a tendência de aumento dos preços das passagens e de escassez dos pacotes.

“Sem dúvida, as companhias aéreas acabam aumentando o preço, porque todo mundo sofreu com essa pandemia, principalmente as aéreas também, porque o custo de deixar o avião no chão é uma absurdo. É natural. É a lei da oferta e da procura. Quando aumenta a procura, o preço começa a aumentar também. Quem quer viajar é melhor começar a olhar os pacotes porque estão ficando escassos”, afirmou.

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Ele lembra que, antes do fim das restrições, os brasileiros que viajavam para os EUA usavam o atalho de passar 15 dias ou no México ou no Caribe cumprindo uma espécie de quarentena antes de entrar no território americano. “Isso encarecia bem o pacote para ir para os EUA”.

Os EUA representam o segundo maior mercado internacional para as agências de viagens brasileiras, depois da Argentina, que também anunciou a reabertura das fronteiras a partir de outubro.

Os americanos ficaram mais felizes do que a gente, porque os brasileiros gastam bastante em gastronomia, em compras, em atrações, ficam mais do que sete noites”, disse a presidente da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens), Magda Nassar.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.