Meta, Microsoft e Google testam investidores com aumento bilionário de gastos com IA

Juntas, as três empresas acumularam cerca de US$ 78 bilhões em despesas de capital no último trimestre, um aumento de 89% em relação ao ano anterior, o que gera temor de uma bolha de inteligência artificial

Juntas, as três empresas acumularam cerca de US$ 78 bilhões em despesas de capital no último trimestre
Por Matt Day
30 de Outubro, 2025 | 02:44 PM

Bloomberg — As maiores empresas de tecnologia apostam em um futuro movido pela inteligência artificial, sustentado por gigantescos data centers repletos de servidores em pleno funcionamento.

Com o custo exorbitante desta iniciativa mais evidente, isso tem testado os nervos em Wall Street.

PUBLICIDADE

Três referências de diferentes áreas do mundo da tecnologia – Alphabet, Meta e Microsoft — juntas acumularam cerca de US$ 78 bilhões em despesas de capital no último trimestre. Isso representa um aumento de 89% em relação ao ano anterior.

A maior parte desses recursos foi destinada à construção de data centers e à aquisição de unidades de processamento gráfico e outros equipamentos para operá-los.

Cada uma dessas empresas elevou suas previsões de gastos futuros. Isso foi suficiente para abalar os investidores já acostumados a esperar cifras elevadas.

PUBLICIDADE

Leia também: Aristocratas da IA: tecnologia criará nova elite global, diz ex-chairman do UBS

Mark Zuckerberg, chief executive officer of Meta Platforms Inc., during the Meta Connect event in Menlo Park, California, US, on Wednesday, Sept. 17, 2025. Meta Platforms, seeking to turn its burgeoning smart glasses into a must-have product unveiled its first version with a built-in screen. Photographer: David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images

As ações da Meta caíram 8,3% e as da Microsoft recuaram 2,7% no início do pregão desta quinta-feira (30), após as empresas divulgarem os investimentos em seus relatórios financeiros trimestrais.

A Meta alertou que as despesas de 2026 seriam “notavelmente maiores” do que as de 2025.

PUBLICIDADE

Embora os investidores do Google tenham recebido o aumento de capital com relativa tranquilidade, o que fez com que as ações subissem mais de 7% nas negociações pré-mercado, o conjunto de três balanços reacendeu dúvidas sobre a possível formação de uma bolha.

Leia também: Boom de IA ainda não é bolha, mas há sinais de excesso, segundo o Goldman Sachs

Em uma teleconferência com executivos da Microsoft, o analista da Bernstein, Mark Moerdler, perguntou se a empresa estava confiante de que os investimentos em IA dariam retorno. “Ou, francamente, estamos em uma bolha?”

PUBLICIDADE

A diretora financeira da Microsoft, Amy Hood, reiterou que a empresa não pode atender à demanda atual para IA e outros serviços, mesmo depois de gastar dezenas de bilhões de dólares nos últimos trimestres.

“Pensei que iríamos alcançar”, disse. “Mas não vamos. A demanda está aumentando. E não está aumentando em apenas um lugar. Está aumentando em vários lugares.”

A Microsoft ajudou a impulsionar o boom da inteligência artificial ao apoiar a OpenAI com um investimento de US$ 13 bilhões. E a expansão dos data centers da gigante do software é vista como fundamental para manter a liderança no campo da IA.

Ainda assim, a empresa surpreendeu os investidores ao registrar um recorde de US$ 34,9 bilhões em despesas de capital durante o trimestre encerrado em setembro.

A divisão de computação em nuvem Azure — principal veículo da Microsoft para recuperar esses investimentos — viu sua receita continuar com crescimento em ritmo acelerado, mas praticamente na mesma proporção do trimestre anterior. Uma taxa de crescimento mais alta teria proporcionado mais segurança de que o investimento excessivo valeria a pena.

O Google, da Alphabet, apresentou uma perspectiva mais animadora.

A empresa afirmou que seu assistente de IA Gemini agora conta com 650 milhões de usuários ativos mensais, um aumento de 44% em relação a três meses atrás.

Leia também: IA generativa resolve 82% dos atendimentos iniciais no Bradesco, diz diretora

Além disso, a plataforma de nuvem do Google fechou mais contratos bilionários nos primeiros nove meses de 2025 do que nos dois anos anteriores, afirmou a diretora financeira Anat Ashkenazi em uma teleconferência com analistas.

A receita com serviços em nuvem aumentou 34%, para US$ 15,2 bilhões, acima da estimativa de US$ 14,8 bilhões.

Mas as despesas do Google também estão crescendo. A empresa espera que as despesas de capital cheguem a US$ 93 bilhões este ano, acima da estimativa anterior de US$ 85 bilhões, disse Ashkenazi. Para o próximo ano, ela prevê um “aumento significativo” nesses números.

Os investidores terão uma visão mais clara do setor de computação em nuvem nesta quinta-feira, quando a líder de mercado Amazon deve publicar os resultados financeiros. A Apple também deve divulgar seus números trimestrais nesta quinta-feira.

Veja mais em bloomberg.com