Guerra do delivery: 99Food inicia entregas no Rio e quer expansão ‘rápida’ no Brasil

Controlada pela chinesa Didi, empresa vai dedicar R$ 2 bilhões ao negócio no Brasil em seu primeiro ano; objetivo é acelerar a chegada a mais cidades brasileiras nos próximos meses

A empresa, controlada pelo grupo chinês Didi, vai investir R$ 350 milhões até meados de 2026 para apoiar a operação na região metropolitana fluminense
15 de Outubro, 2025 | 05:38 PM

Bloomberg Línea — A 99Food prevê uma rápida expansão no mercado brasileiro nos próximos meses depois de iniciar operações de entrega de comida em Goiânia e São Paulo, em um movimento para fazer frente ao iFood, a líder do segmento no país.

A empresa de delivery da 99, controlada pela chinesa Didi, anunciou na terça-feira (14) a entrada no Rio de Janeiro como parte de sua estratégia de expansão nacional, e disse que planeja a chegada a mais localidades no próximo mês.

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Após realizar aberturas de operações uma a uma até aqui, a 99 deve anunciar cinco novas operações em novembro, ainda mantidas sob sigilo.

“A velocidade de expansão será mais rápida [daqui para frente]”, disse Simeng Wang, diretor-geral da 99 para o Brasil, em encontro com jornalistas.

A empresa está numa corrida e mantém a meta de chegar a 100 cidades até meados de 2026. O foco está em municípios localizados em regiões metropolitanas de maior porte. Cidades menores podem funcionar como testes.

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O ritmo de expansão - e quão bem-sucedida for a estratégia - pode ser definidor para o futuro do negócio da 99. O mercado, dominado pelo iFood, que detém 70% de participação, segundo a Euromonitor, vive um aumento da concorrência.

A Keeta, braço da também chinesa Meituan, se prepara para iniciar a operação no Brasil, país para o qual promete dedicar R$ 5,6 bilhões em investimentos nos próximos anos. A Rappi também anunciou novos recursos no montante de R$ 1,4 bilhão, em uma nova tentativa de ganhar tração no mercado local.

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A 99 aposta no crescimento do mercado de delivery no país como uma estratégia para crescer e ganhar participação.

A expansão é apoiada por um investimento de R$ 2 bilhões pela empresa em seu negócio de delivery no Brasil, destinado para o primeiro ano de operação.

No estado do Rio de Janeiro, a empresa diz que vai investir R$ 350 milhões para começar a operação, que inclui a capital e mais sete cidades da região metropolitana, como Niterói, São Gonçalo e municípios da Baixada Fluminense.

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Em seu retorno ao delivery de alimentos, após sair do mercado em 2023, a 99Food começou por Goiânia e avançou para o estado de São Paulo, com a capital e cidades da região metropolitana.

“O Rio tem um papel estratégico para a 99. É o segundo maior mercado da 99 e, para o serviços de duas rodas, é o maior mercado”, afirmou Wang.

No Rio de Janeiro, a empresa é autorizada a operar seu serviço de mototáxi 99 Moto, diferentemente de São Paulo. A modalidade, oferecida desde 2022 e presente no Rio desde 2023, contabiliza mais de 2 bilhões de corridas no país.

“O Rio marca uma nova fase, após aumentarmos os investimentos no Brasil e termos a experiência e os aprendizados das operações em Goiânia e São Paulo”, disse o executivo.

Descontos agressivos

A 99 inicia a operação no Rio de Janeiro com 17.000 estabelecimentos cadastrados e 50.000 novos motoristas e motociclistas - além de outros 50.000 já presentes na plataforma -, segundo números divulgados pela empresa a jornalistas em evento no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

A plataforma chega no Estado oferecendo acesso a cupons que somam R$ 99,00, estratégia que tem praticado desde o retorno ao mercado.

“Os brasileiros adoram cupom e usamos, principalmente, quando queremos quebrar a inércia. O nosso concorrente está há cinco anos sozinho. Ou seja, precisa de um estímulo maior para quebrar a inércia”, disse Wang.

De acordo com o executivo, o resultado, nas duas operações atuais após o uso dos vouchers, está “muito satisfatório”. “A retenção ainda é alta. Isso nos permite um futuro de rentabilidade”, disse, sem precisar o horizonte para alcançar para atingir o patamar.

Aos entregadores, a 99 diz que trabalha com um modelo que oferece ao profissional diárias de R$ 250 ao combinar 15 corridas com passageiro e cinco viagens de delivery. E um adicional de R$ 7,00 por pedido entregue durante o primeiro mês de operação.

Entre as metas para a operação fluminense, a 99 quer contribuir para um crescimento de 50% do mercado de delivery local, caminho para o ganho de escala e ter um negócio mais sustentável financeiramente.

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