Com foco em educação e trabalho, Potencia Ventures seleciona 20 startups de impacto

Fundo global com foco em investimento de impacto e Artemisia avançam em seu programa de capacitação de empreendedores; Itali Collini, que lidera a Potencia no Brasil, contou à Bloomberg Línea o que fez a diferença para as escolhas

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22 de Outubro, 2025 | 09:22 AM
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Bloomberg Línea — Com foco em modelos de negócios que buscam melhorar a vida das pessoas de baixa renda, a Potencia Ventures sobressaiu no ambiente de investimento de impacto em diferentes mercados nos últimos anos. No Brasil, uma das principais formas de atuação se dá por meio de seu programa de preparação de startups.

Em sua segunda edição, o Potencia UP avança para a fase 2 nesta quarta-feira (22) com a seleção de 20 startups com foco no futuro do trabalho e em educação, em informação publicada em primeira mão pela Bloomberg Línea.

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O programa é realizado em conjunto com a Artemisia, organização considerada pioneira no apoio a negócios de impacto no Brasil.

“Tivemos um engajamento muito grande. Foram cerca de 160 startups da fase 1, das 220 participantes, que entregaram as atividades obrigatórias. Foi a partir desse grupo que entendemos quais seriam as 20 startups selecionadas”, disse Itali Collini, que lidera a Potencia Ventures no Brasil, à Bloomberg Línea.

Segundo a investidora, “um ponto que pesou muito na escolha das startups da fase 1 para a fase 2 foi a qualidade das entregas”.

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“Buscamos entender não só se o empreendedor assistiu à trilha mas também se ela entregou coisas que estavam compatíveis com a reflexão que cada módulo trazia. E foi muito importante entender se estava precisando daquele conteúdo.”

Collini destacou que o racional estratégico passa pela importância do match entre o que a startup precisa e o que a rede da Potencia Ventures pode realmente agregar em termos de orientações para os empreendedores.

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“Queremos garantir trocas ricas no setor, já que os participantes terão acesso a conexões com investidores e mentores de alto nível, fortalecendo seus próximos passos e todo o ecossistema em que estão inseridos”, disse.

Isso passa, por exemplo, pela assessoria para montar uma captação, por conectar o mentor que vai ajudar a descobrir o product market fit da startup, por descobrir como ela pode destravar e trazer mais clientes, como pode melhorar o processo de onboarding dos mesmos, entre outras tarefas específicas.

Itali Collini, que lidera a Potencia Ventures no Brasil (Foto: Divulgação)

“Essa curadoria vai nos garantir que ao final do programa não tenhamos só as startups que estão mais preparadas para captar investimento de impacto mas também aquelas que para nós faz muito mais sentido construímos uma parceria de de longo prazo”, disse a líder da Potencia Ventures no Brasil.

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As 20 startups selecionadas foram: Crias (MG), Escribo (PE), Flashed(MG), hackÜ (PR), Humaitá (RJ), Isetool (SP), Leme (SP), Mooney Edu (SP), Odapp (SP), Platô (SC), ProlEduca (PE), Tangram (SP), Therafy (MS), Ujamaatech (RS) e Vínculo (SP), essas com foco em educação; e Eunerd (SP), Learn to Fly (SP), Mileto (SP), New School (SP) e Télos (SP), com foco no futuro do trabalho.

Na segunda fase, os líderes dos 20 negócios selecionados passam por mentorias e acompanhamento individualizado com ênfase nos principais desafios apresentados durante a etapa de capacitação. Mais adiante, concorrem a investimentos entre US$ 100 mil e US$ 500 mil da Potencia Ventures.

O Potencia UP prioriza participantes com marcadores de diversidade, como gênero, raça, território, idade, orientação sexual e pessoas com deficiência, além do foco já mencionado em educação e no futuro do trabalho.

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Neste ano, o resultado superou as expectativas do fundo: o número de startups inscritas para o programa mais que dobrou e passou de 170 em 2023, na primeira edição, para 375 em 2025.

Na edição inaugural, duas startups receberam cheques de investimento da Potencia Ventures ao fim do programa: a Trampay, fintech de impacto social, que captou R$ 1,25 milhão; e a UpMat Educacional, edtech de competições acadêmicas, que contou com uma rodada Seed de R$ 1,5 milhão.

“Mais do que modelos de negócio promissores, buscamos fundadores que sejam comprometidos com o impacto, capazes de dialogar com investidores e de criar negócios escaláveis”, disse Felipe Alves, co-diretor executivo da Artemisia, em nota.

“A motivação para criar um programa com essa escala nasce de uma convicção: os talentos existem em todos os lugares, mas as oportunidades não estão acessíveis a todos”, completou.

A Potencia Ventures foi fundada em 2002 pela empreendedora americana Kelly Michel, que se tornou referência em investimento de impacto. Ela foi a fundadora da Artemisia em 2005 e depois da Vox Capital, que se consolidou como um dos fundos de venture capital com foco em impacto mais relevantes do país.

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