UBS negocia venda de unidade de fundo hedge para a Cantor Fitzgerald, segundo fontes

Banco suíço busca reduzir operações de maior risco diante de exigências extras de capital de até US$ 25 bilhões

Representantes do UBS e da Cantor Fitzgerald não quiseram comentar.
Por Irene García Pérez - Todd Gillespie
09 de Maio, 2025 | 07:47 AM

Bloomberg — O UBS está em negociações para vender sua unidade de fundos de hedge O’Connor para a Cantor Fitzgerald, um movimento que encerraria uma série de mais de três décadas de propriedade do banco suíço, segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

O negócio poderia envolver um possível acordo de compartilhamento de receitas, disse uma das pessoas. Nesse caso, a Cantor adquiriria a unidade da divisão de gestão de ativos do UBS, e o banco suíço receberia parte dos lucros, disse a pessoa.

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O UBS está atualmente buscando maneiras de reduzir os negócios mais arriscados em geral, uma vez que enfrenta exigências extras de capital de até US$ 25 bilhões devido a uma regulamentação mais rígida na Suíça.

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Uma venda encerraria mais de três décadas de propriedade da antiga casa de derivativos O’Connor & Associates, com sede em Chicago, que seu antecessor, o Swiss Bank começou a adquirir em 1992.

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A O’Connor tinha US$ 16,5 bilhões em ativos regulamentares sob gestão, o que inclui alavancagem, no final de dezembro, de acordo com um relatório anual.

Os representantes do UBS e do Cantor Fitzgerald não quiseram comentar.

As negociações ocorrem após o anúncio feito em abril pela Cantor de que compraria o negócio de criação de mercado por atacado do Canaccord Genuity.

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Isso faz parte de um esforço para aumentar seu negócio de ações, cujo volume negociado cresceu rapidamente nos últimos anos.

Em uma entrevista à Bloomberg News em março, os novos executivos-chefes da Cantor, o banco de investimento privado e a corretora da Cantor Fitzgerald, disseram que estavam procurando crescer por meio de aquisições e contratações agressivas. A Cantor já possui um pequeno negócio de gestão de ativos.

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Eles também disseram que não estão mais em contato com Howard Lutnick, o bilionário de Wall Street que deixou de administrar sua empresa este ano para se tornar secretário de comércio do presidente Donald Trump.

No entanto, Lutnick nomeou dois de seus filhos para dirigir a empresa controladora, a Cantor Fitzgerald LP, e está em processo de alienação de sua participação acionária para membros da família.

No UBS, Aleksandar Ivanovic assumiu as rédeas da unidade de gestão de ativos em janeiro do ano passado, após a aposentadoria de Suni Harford.

Poucos meses depois, o banco reformulou a liderança como parte de um esforço para simplificar a oferta de produtos da divisão e reduzir sua base de custos, disse Ivanovic à equipe em um memorando interno.

No final de março, a divisão de gestão de ativos tinha US$ 1,8 trilhão em ativos investidos, um número que foi impulsionado pela aquisição emergencial do Credit Suisse em 2023.

Antes desse resgate, o UBS vinha supostamente explorando opções estratégicas para o negócio que atende a investidores institucionais, desde fundos de pensão até outros gestores de ativos.

A O’Connor & Associates foi fundada em 1977 pelo matemático Michael Greenbaum, com financiamento dos irmãos Edmund e William O’Connor, de acordo com o livro “The Predictors”, de Thomas A. Bass, que escreveu que a empresa “ganhava dinheiro a rodo” e “desenvolveu um culto ao sigilo”.

A empresa foi criada como uma parceria privada focada na criação de mercado e na negociação de derivativos antes de ser adquirida pelo Swiss Bank.

Os traders do UBS O’Connor desenvolveram a mesa de negociação proprietária de ações do banco antes de abrir os fundos de hedge para os clientes em 2000.

Suas estratégias abrangem desde investimentos multiestratégicos e orientados por eventos até crédito privado.

No início desta semana, o UBS anunciou um acordo separado em crédito privado com a gestora de ativos alternativos General Atlantic. A parceria se concentra em empréstimos diretos a empresas na América do Norte e na Europa.

--Com a ajuda de Jan-Henrik Förster e Noele Illien.

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