Seguro saúde se destaca em resultado da Porto com multiplicação de rede de corretores

Grupo segurador reforça presença na área de saúde e vê salto de 71% no lucro no primeiro trimestre. O CEO, Paulo Kakinoff, diz que fundos se interessam pela área, mas descarta M&A

Fachada do Grupo Porto, dono da Porto Seguro
09 de Maio, 2025 | 05:09 PM

Bloomberg Línea — O Grupo Porto Seguro (PSSA3) teve um crescimento anual de 71% no lucro líquido de sua área de saúde no primeiro trimestre, a melhor performance entre as quatro verticais. O aumento da rede de corredores na venda de seguro saúde foi apontado como principal razão para esse desempenho.

Em 2019, a Porto Saúde tinha 1.000 corretores envolvidos na venda de seguro saúde. Esse número saltou para 6.000 em 2024.

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No primeiro trimestre, o grupo segurador como um todo, um dos maiores do Brasil, acumulou um lucro líquido recorrente recorde de R$ 832,3 milhões, com avanço de 28% na base anual, enquanto a receita totalizou R$ 9,9 bilhões, alta de 15%, segundo os números divulgados nesta manhã de sexta-feira (09).

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Apenas o lucro líquido da Porto Saúde alcançou R$ 180 milhões entre janeiro e março. Entre as verticais, o valor representa o terceiro maior peso.

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O maior lucro veio da Porto Seguro (R$ 313,4 milhões, queda anual de 21%), seguida pelo Porto Bank (R$ 192 milhões, alta de 29%). Em quarto lugar ficou a Porto Serviço (R$ 54 milhões, alta de 19%), vertical mais recente.

A performance trimestral da vertical de saúde acima das outras áreas foi atribuída também à menor sinistralidade do começo do ano, quando as necessidades de tratamentos e cirurgias são postergadas devido ao período de férias, segundo a companhia.

Guidance mantido

O CEO do Grupo Porto, Paulo Kakinoff, reafirmou os guidances (projeções) divulgados em fevereiro em call com jornalistas.

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Para 2015, a companhia projeta crescimento anual do prêmio ganho no intervalo de 25% a 40% da Porto Saúde, sinistralidade na faixa de 75% a 80% e índice de G&A - gastos gerais e administrativos - entre 4,5% e 5,5%. Trata-se de um indicador de eficiência (relação entre despesas e receitas).

Já a projeção de 2025 para todo o grupo, também mantida, aponta um resultado financeiro entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão e uma taxa efetiva entre 30% e 40%. No primeiro trimestre, o resultado financeiro foi de R$ 383 milhões, uma alta de 68%.

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Com a vertical de saúde em seu melhor momento, a Porto descarta realizar algum movimento de crescimento inorgânico pelo menos no curto prazo, em um cenário de custo ainda elevado de capital e de consequente desaceleração econômica com o ciclo de alta da taxa Selic.

“Não há no nosso radar nenhum movimento de M&A que tenha estágio de maturidade e que possa ser avançado. Não consideramos nada a ser divulgado no curto e médio prazo”, disse o executivo.

Kakinoff acrescentou que fundos e investidores demonstram interesse de participar do ciclo de desenvolvimento da área de saúde, mas tudo dependeria de um plano estratégico que fizesse sentido, como um eventual aporte de tecnologia que o grupo segurador não domine.

As ações da Porto registravam alta perto de 6,00% por volta das 16h45, cotadas a R$ 46,79, acumulando valorização próxima de 30% no acumulado do ano.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.