Sabesp planeja emitir títulos nos EUA e mira grau de investimento, diz CFO

Empresa planeja captar até R$ 70 bilhões (US$ 13,5 bilhões) nos próximos anos para financiar investimentos vinculados à sua privatização, disse o CFO Daniel Szlak em entrevista à Bloomberg News

Sabesp
Por Rachel Gamarski
14 de Maio, 2025 | 12:20 PM

Bloomberg — Maior concessionária de água da América Latina, a Sabesp está se preparando para acessar o mercado de dívida dos Estados Unidos pela primeira vez em mais de 20 anos, buscando ganhar o grau de investimento pelas agências de rating, afirmou o CFO da companhia, Daniel Szlak, em entrevista à Bloomberg News.

A empresa planeja captar até R$ 70 bilhões (US$ 13,5 bilhões) nos próximos anos para financiar investimentos vinculados à sua privatização.

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Entre as opções em análise está o denominado “blue bond”— um tipo de título de dívida usado para financiar projetos relacionados à água — que poderá ser emitido nos próximos 12 meses, disse Szlak, em Nova York.

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“As agências de classificação não nos elevarão ao grau de investimento a menos que façamos isso”, disse ele, referindo-se à emissão no mercado internacional.

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A Sabesp está mirando uma emissão com vencimentos de curto prazo, apostando na queda das taxas de juros dos Estados Unidos, disse Szlak. A oferta marcaria o primeiro título em dólar americano da empresa em décadas, parte de um esforço de longo prazo para estabelecer uma curva que possa viabilizar futuros financiamentos.

“É preciso começar a construir a curva — provavelmente começando com notas de cinco, sete ou dez anos — e acessar o mercado talvez a cada dois anos”, disse Szlak. “Eventualmente, o que eu quero é chegar a um título com vencimento em 20 ou 30 anos.”

A privatização da Sabesp, aprovada em 2023, foi uma das maiores do Brasil nos últimos anos. O plano reduziu a participação do Estado a uma posição minoritária, mantendo direito em decisões estratégicas. O objetivo da privatização era atrair capital privado para expandir a infraestrutura e melhorar os serviços de água e esgoto em São Paulo, a cidade mais populosa da América Latina.

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A alavancagem da empresa permaneceu estável sob sua nova liderança, com a relação entre dívida líquida e Ebitda em 1,8 vezes.

Szlak disse que trabalhou com os bancos para estender os vencimentos e custos de empréstimos mais baixos: “Tenho que cuidar dos detentores dos meus títulos de dívida da mesma forma que cuido do meu acionista”, disse ele.

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