Bloomberg Línea — A Petrobras (PETR3, PETR4) reportou lucro líquido de US$ 6 bilhões no terceiro trimestre, alta de 2,7% sobre o mesmo período do ano passado, mesmo com a queda acumulada do Brent, que foi compensada pelo avanço da produção de óleo.
O indicador inclui eventos exclusivos como perdas e ganhos cambiais, impairment (reversões) e alienação/baixa de ativos, informou a companhia em balanço enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira (6).
No critério sem eventos exclusivos, o lucro líquido foi de US$ 5,2 bilhões, queda de 4,3% na mesma base de comparação.
O conselho de administração aprovou, em reunião realizada hoje, o pagamento de dividendos no valor de R$ 12,1 bilhões, equivalente a R$ 0,943 por ação ordinária e preferencial em circulação, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025, declarada com base no balanço de 30 de setembro de 2025.
“A Petrobras está gerando resultados financeiros positivos e retorno aos seus acionistas, mesmo diante do novo patamar de preços do petróleo. Nos últimos 12 meses, o Brent caiu US$ 11 por barril e nós conseguimos compensar este impacto na receita, elevando nossa produção de óleo para mais de 2,5 milhões de barris por dia, estabelecendo diversos recordes operacionais”, disse no documento o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da estatal, Fernando Melgarejo.
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O executivo acrescentou que a petroleira aumentou a eficiência, reduziu as paradas de produção e alcançou o topo da produção da FPSO (plataforma) Almirante Tamandaré, superando sua capacidade nominal.
“São diversas frentes de trabalho que se traduzem em resultados concretos para a companhia, seus acionistas e para a sociedade brasileira”, afirmou ele.
Aumento de produção e das exportações
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado alcançou US$ 11,7 bilhões no terceiro trimestre, alta de 2,2% ante o mesmo intervalo de 2024.
O avanço, segundo a estatal, foi impulsionado principalmente pelo crescimento da produção de petróleo, aumento das vendas externas da commodity e da comercialização interna de derivados, com destaque para a alta de 12,2% nas vendas de diesel.
No critério ajustado sem eventos exclusivos, o indicador marcou US$ 11,9 bilhões, aumento de 2,9% na mesma base de comparação.
A receita de vendas da Petrobras de julho a setembro somou US$ 23,4 bilhões, ligeiro aumento de 0,5% sobre o mesmo período do ano passado. De acordo com a companhia, o dado reflete uma performance estável da receita ano contra ano, mesmo em um cenário dinâmico.
A petroleira informou ainda ter registrado recorde de exportações de petróleo no terceiro trimestre, alcançando a marca de 814 milhões de barris por dia (bpd), em decorrência da maior produção de óleo pelo segmento de exploração & produção (E&P).
No acumulado até setembro, os investimentos totalizaram US$ 14 bilhões, um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Dívida bruta
Ao final do trimestre, a dívida bruta alcançou US$ 70,7 bilhões, avanço de 3,9% sobre o encerramento de junho, principalmente em função de captações realizadas durante o terceiro trimestre, o que segundo a companhia fortaleceu a posição de caixa no período.
O prazo médio da dívida variou de 11,92 anos, ao final de junho, para 11,36 anos em setembro, enquanto o custo médio passou de 6,8% ao ano para 6,7% a.a.
A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre o Ebitda alcançou 1,53 vez no trimestre, ante 0,95 vez um ano antes.
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